A questão não é “se” o combalido Andy Murray perderá a liderança do ranking da ATP, mas “quando” o britânico será desbancado da posição que ocupa há 39 semanas, desde novembro de 2016.

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Em um cenário improvável no início desta temporada, Rafael Nadal e Roger Federer iniciam a partir desta quarta-feira a gira pelas quadras sintéticas da América do Norte — que culmina com o Aberto dos EUA, a partir do dia 28 — de olho no posto de número 1 do circuito.

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Maior vencedora de Grand Slams, a dupla Fe-Dal deixa para trás as incertezas e as desconfianças sobre as chances de retomar o alto nível nos grandes torneios e entra na chave do Masters 1000 do Canadá, em Montreal, na condição de cabeças de chave número 1 (Nadal) e 2 (Federer), algo que não ocorria desde 2009, no auge da rivalidade entre os dois tenistas.

Com três top 5 no Departamento Médico (veja abaixo), a caminhada rumo ao topo ficou mais fácil para Nadal e Federer. Mas seria injustiça atribuir a escalada dos dois veteranos no ranking apenas à derrocada física da concorrência — drama que, por sinal, tanto Federer quanto Nadal experimentaram no segundo semestre 2016.

O fato é que, desde janeiro, no Aberto da Austrália, nenhum tenista nem sequer chegou perto do padrão atingido pelo suíço de 36 anos (completados hoje) e pelo espanhol de 31 anos, os únicos tenistas já garantidos no ATP Finals, que reunirá os oito melhores da temporada em Londres, em novembro.

Com apenas 285 pontos de desvantagem, Nadal é quem está mais perto de destronar o escocês. Se chegar à semifinal — o que significa vencer três partidas, já que “pula” a primeira rodada por ser um dos oito cabeças de chave —, o atual vice-líder do ranking será outra vez o número 1.

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Terceiro do ranking, Federer não tem chance de assumir a liderança em Montreal, que dá 1.000 pontos ao campeão. Com a montagem de um calendário mais enxuto em 2017 para preservar o físico, o suíço ainda está 1.205 pontos atrás de Murray e 920 de Nadal, mesmo com mais troféus conquistados no ano.

Mas o título no Canadá reforçará uma tendência apontada por especialistas de que Federer reassumirá em breve o posto de número 1. Isso porque o suíço geralmente se dá melhor nas quadras rápidas do segundo semestre do que o espanhol, que costuma fazer da temporada de saibro o seu ganha-pão.

O adversário de Nadal na estreia sairá do confronto desta terça-feira entre Borna Coric (CRO) e Mikhail Youzhny (RUS). Já Federer enfrentará um canadense: Vasek Pospisil ou Peter Polansky.

RAFAEL NADAL

2º do ranking

7.465 pontos

O tenista de 31 anos tem apenas 370 pontos a defender até o final da temporada: 90 pelas oitavas de final que alcançou em Cincinnati em agosto de 2016, 180 pelas oitavas do Aberto dos EUA do ano passado, 90 no ATP 500 de Pequim (quartas) e 10 pela derrota na primeira rodada em Xangai, o último torneio que disputou no ano passado.

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Nadal soma quatro canecos em 2017: os decampeonatos de Roland Garros, Masters 1000 de Monte Carlo e ATP 500 de Barcelona e o título do Masters 1000 de Madrid.

O espanhol é o sétimo tenista que mais tempo liderou o ranking mundial: foi número 1 por 140 semanas, a primeira delas em agosto de 2008 e a última, em julho de 2014.

ROGER FEDERER

3º do ranking

6.545 pontos

O suíço de 36 anos não tem pontos a defender até o fim de 2017.

Com cinco títulos, é o tenista que mais torneios venceu na temporada. Foram dois Grand Slams (Austrália e Wimbledon), dois Masters 1000 (Indian Wells e Miami) e um ATP 500 (Halle).

Nenhum tenista na história ficou mais tempo na liderança do ranking do que Federer: foram ao todo 302 semanas, a primeira delas teve início em 2 de fevereiro de 2004. A última vez que ocupou o posto de número 1 do mundo foi em 4 de novembro de 2012.

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Entre fevereiro de 2004 e agosto de 2008, permaneceu no topo da lista da ATP por 237 semanas consecutivas, outro recorde. Terminou a temporada como número 1 do mundo em cinco oportunidades — apenas Pete Sampras (seis) fechou o ano mais vezes na liderança do ranking.

ENFERMARIA NAS QUADRAS

Andy Murray

O (ainda) líder do ranking tem sofrido com dores no quadril, que limitam sua movimentação em quadra. Após a eliminação em Wimbledon, o britânico de 30 anos procurou especialistas na Suíça. Desistiu de Montreal e há rumores de que encerrará mais cedo a temporada.

Stan Wawrinka

Número 4 do mundo, o suíço só voltará às quadras em 2018. Derrotado na estreia de Wimbledon, o suíço de 32 anos decidiu se submeter a uma cirurgia no joelho esquerdo. Atual campeão do Aberto dos EUA, deverá despencar no ranking a partir de setembro.

Novak Djokovic

No final de julho, o sérvio de 30 anos comunicou que só volta às quadras no ano que vem. Quinto do ranking, Djoko disse que, nos últimos 18 meses, vinha jogando no sacrifício em decorrência de dores no cotovelo direito. Ele deve deixar o top 10 pela primeira vez em uma década.

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O PESO DOS TORNEIOS

Veja a pontuação das principais competições do circuito

Grand Slam

Campeão: 2.000

Vice: 1.200

Semifinais: 720

Quartas: 360

Oitavas: 180

Masters 1000

Campeão: 1.000

Vice: 600

Semifinais: 360

Quartas: 180

Oitavas: 90

ATP 500

Campeão: 500

Vice: 300

Semifinais: 180

Quartas: 90

Oitavas: 45

ATP Finals

Vitória na fase de grupos*: 200

Vitória nas semifinais: 400

Vitória na decisão: 500

Campeão invicto: 1.500

*Três jogos

*ZHESPORTES

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