O Diário Catarinense entrevistou quatro candidatos à prefeitura de Criciúma. Confira abaixo a entrevista com o candidato Cleiton Salvaro (PSB):

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Há dois Salvaro na disputa (Cleiton e Clésio são primos). Qual é o clima na família?

Cleiton – O clima está como sempre foi, dos melhores. Graças a Deus, a família é bem estruturada, equilibrada. Só que, politicamente, cada um tem seu caminho. Mas, entre famílias, tudo normal. Vivemos em harmonia.

Fala-se muito em judicialização nesta campanha. O senhor teme que o resultado das urnas não prevaleça?

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Cleiton – Há essa grande possibilidade. Até porque a cidade já vem sofrendo há quatro anos essa instabilidade política. Não se sabe hoje quem é o prefeito. Amanhã pode ser trocado. Acredito que esta eleição tem que ter um basta nisso porque a cidade não merece passar o que está vivendo. Essa disputa de egos, de vaidades, uma briga política que não tem motivo e a cidade está pagando a conta.

A sua vice, Tati Teixeira, tem presença forte na sua campanha. Que papel ela terá caso o senhor seja eleito?

Cleiton – Ela vai andar ao lado do prefeito, isto com certeza. Ainda não está definido se vai ter secretaria, se vai ter algo, porque estamos com o objetivo de vencer as eleições. Foi feita uma coligação com os dez menores partidos, mais o PSD, sem promessas. Só comprometimento com o projeto para a eleição. Após a eleição, novamente sentam-se todos, debatem, discutem para esses partidos administrarem da melhor forma a gestão do município.

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Se sentiu prejudicado por não poder usar só o sobrenome Salvaro nas urnas?

Cleiton – Não. Até porque temos prioridade porque temos mandato. Sou o deputado Salvaro na Assembleia. Eu só fui buscar o que era por lei. Mas, sem problema nenhum. A decisão da Justiça de usar Cleiton Salvaro, sem problema nenhum, não interfere em nada.

Há um acirramento maior entre as campanhas de dois outros candidatos. O senhor espera tirar vantagem disso?

Cleiton – A nossa coligação é Paz Para Criciúma. Não vamos criticar gestores anteriores porque todos tiveram seus méritos, contribuíram para a cidade. E eu venho na paz, na mudança, na renovação. Chega de briga, de confusão. Vamos fazer uma política limpa, transparente, o que povo está pedindo. Algo diferente.

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Se houvesse uma reviravolta na campanha por decisão judicial, você aceitaria o apoio de Clésio Salvaro na campanha?

Cleiton – Com todo o prazer e certeza. Isto acrescentaria muito na nossa coligação. Querendo ou não, ele foi três vezes deputado estadual, prefeito de Criciúma, 70 a 80% de aprovação na sua gestão. Contribuiria muito para a nossa coligação.

Já falaram sobre isso?

Cleiton – Temos várias conversas, mas não chegamos ainda a conversar desta possibilidade. Até porque ele precisa decidir primeiro juridicamente até onde a campanha dele pode chegar.

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Um atração da sua campanha é o caderninho Plano Mais. As propostas ali dentro cabem em quatro anos de mandato?

Cleiton – Se vão caber em quatro anos ou não, aí o tempo vai nos mostrar. Mas é um projeto para hoje, para amanhã, para o futuro. Enquanto a gestão política não começar a pensar nas próximas gerações, a política vai continuar como está hoje. Os nossos governantes pensam na próxima eleição. Nós não pensamos na próxima eleição, estamos pensando na futura geração. Acredito que é um plano para ser usado pelos próximos gestores.

O senhor não compareceu a alguns debates iniciais. O que motivou a ausência?

Cleiton – Foi um debate entre a coordenação, uma decisão interna. Como é nossa primeira eleição para o município, tínhamos a necessidade de escutar as pessoas. Estávamos montando o plano. Tínhamos que ter prioridades. Ou iríamos para a rua ou para os debates. Optamos ir para os debates com as pessoas, as comunidades, para formar um projeto consistente para participar dos debates.

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Defende que a Guarda Municipal seja armada?

Cleiton – Defendo a guarda armada, mas por passos. Com treinamento, capacitações. A guarda simplesmente foi colocada na rua, sem estatuto, sem saber o que fazer. Como várias obras da cidade, que foram sem planejamento e hoje são elefantes brancos. A guarda foi mais um projeto que não foi pensado, não foi planejado. Colocaram os meninos na rua sem estrutura, sem treinamento. Como vamos dar arma se eles não têm nem estatuto, não sabem nem o que fazer hoje? Temos que criar o estatuto da Guarda Municipal, as suas limitações, condições e treinamento para, assim, no futuro haver possibilidade de armamento.

Os municípios cobram maior efetivo policial ao Estado. Como fazer Criciúma prevalecer?

Cleiton – União política. Criciúma é referência entre Florianópolis e Porto Alegre como um polo. O gestor de Criciúma tem de se comportar como um líder da região sul. Ele tem que buscar essa unificação para ter peso político junto ao governador. Buscar recursos e o que precisa, principalmente em segurança e saúde.

Fala-se muito nos recursos estaduais e federais, mas o momento é de crise…

Cleiton – A crise passa, a cidade tem de estar planejada com projetos. Não podemos desistir de bater nas portas dos nossos governantes estadual e federal. Mas com projetos. Se não tivermos projetos para fazer os encaminhamentos, não teremos recursos. E a crise vai passar.

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Se eleito, o senhor lançará nova licitação para o transporte coletivo?

Cleiton – Eu tenho que estar na gestão para ver realmente. Vai ser feita uma revisão em todos os contratos. Hoje não se tem transparência. A gente tem a nossa opinião porque a gente escuta, não tem uma realidade de como está e como não está a administração do município. Precisamos fazer uma revisão em todos os contratos, um levantamento jurídico. Depois ver se é necessário o rompimento, o ajuste desse contrato. Precisa de melhor qualidade, temos que rever esta tarifa, uma das mais caras do Brasil. Mas primeiro tenho que estar lá dentro.

A Casan, caso o senhor seja eleito, será mantida?

Cleiton – Como respondi, não conheço o contrato. Não tenho como responder.

Regionalização do Hospital Santa Catarina. Aposta nessa possibilidade?

Cleiton – Tive uma conversa com o João Paulo Kleinübing, secretário da Saúde, e ele nos deu caminhos para a saúde de Criciúma. Se comprometeu junto ao governo do Estado e ao federal ir buscar recursos para realmente colocar o hospital para funcionar. Regionalizar, não sei responder. Primeiro temos que abrir ele, colocar para funcionar.

*Colaborou Lariane Cagnini

Nuvem de palavras do candidato

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