Gabriel Jesus e o importante papel tático
Não tente comparar Gabriel Jesus aos últimos camisas 9 da Seleção Brasileira. O máximo que você vai conseguir é encontrar uma ou outra semelhança a Ronaldo, Luís Fabiano e Fred. O jovem de 21 anos, autor de 13 gols pelo Manchester City na temporada passada da Premier League, está apenas em seu primeiro Mundial e em uma função tática, sendo um jogador que ajuda muito mais. Não é o cara incumbido para resolver a partida com lances de genialidade ou de gols espetaculares.
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Apesar de não ter balançado as redes, Gabriel Jesus finalizou seis vezes na Copa e apenas duas bolas foram na direção do gol. O camisa 9, porém, deu uma assistência ao errar um domínio que sobrou para Philippe Coutinho abrir o placar contra a Costa Rica. Mas o grande número dele na Rússia aparece nas faltas cometidas: foram cinco. Isso demonstra o esforço coletivo que o atacante realiza para ajudar na defesa.
A leitura tática de Jesus é considerada acima da média por Tite. O jovem exerce com primor o que o treinador chama de pressão alta. Mas também é importante na recomposição defensiva. Contra o México, em uma defesa fechada e que prejudicou o estilo do camisa 9, ainda no primeiro tempo o comandante mudou o esquema para o 4-4-2 e o encaixe do atacante chamou a atenção. Teve ao seu lado Neymar, sendo que o camisa 10 passou a ser o centroavante e ele se tornou ponta.
Jesus surgiu na base do Palmeiras atuando pelos lados de campo, mas quando subiu ao profissional virou o homem de referência sob o comando de Cuca. Agora, enfrenta a pressão para mandar a bola na rede, mesmo que seja imprescindível ao esquema tático da Seleção.
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Lukaku: o belga mais brasileiro
O mais brasileiro da seleção belga atende pelo nome de Romelu Lukaku. O atacante não é um daqueles jogadores nascidos no Brasil e que se naturalizou para atuar em outro país. Ele é natural da Antuérpia, cidade que é o centro mundial da lapidação de diamantes. O camisa 9 foi trabalhado, com a delicadeza que a pedra pede, para ser fatal no comando ofensivo dos Diabos Vermelhos. Não à toa, a Bélgica é a equipe que mais fez gols na Copa do Mundo da Rússia: 12 ao todo, nove na primeira fase, sendo que quatro deles foram obras do atleta, atrás somente do artilheiro inglês Harry Kane.
Fluente em português, idioma que aprendeu graças a convivência com o amigo Fernando Canesin, volante de quem foi companheiro de clube no Anderlecht, Lukaku poderia facilmente ser confundido como brasileiro. Ama o país que terá como adversário hoje. Ainda mais que isso: é fã de Adriano, o Imperador.
Alto, forte e típico centroavante finalizador, Lukaku chegou à Rússia como potencial artilheiro do Mundial. Muito disso pelo que apresentou ao longo da temporada no Manchester United. Anotou 16 gols pelo clube na Premier League. O camisa 9 belga é efetivo. Nos quatro jogos que esteve em campo, ele finalizou 11 vezes, cinco delas no gol e seis para fora. De acordo com os números da Fifa, o atleta não deu nenhuma assistência, mas o “corta-luz” no terceiro gol contra o Japão, feito por Chadli, poderia contar como passe que levou a Bélgica às quartas.
Aos 25 anos, Lukaku está em sua segunda Copa. O belga está mais experiente, participou mais vezes dos jogos, balançou as redes e, agora, tem uma missão: ganhar do país que aprendeu a amar.
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