O departamento jurídico do Joinville terá mais um grande problema para resolver nos próximos dias. No dia 19 deste mês, o Bradesco indicou à 1ª Vara de Direito Bancário da Comarca de Joinville a penhora do CT do Morro do Meio. O motivo é o não pagamento de um empréstimo feito pelo clube em outubro do ano passado. Na época, o presidente Jony Stassun acordou com o banco o empréstimo de R$ 321 mil, que deveriam ser quitados em 13 parcelas. No entanto, o JEC pagou apenas quatro destas parcelas.
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A quinta parcela (de 2 de março) e as demais continuam em aberto. O saldo da dívida (corrigido até 3 de abril deste ano) é de R$ 311.338,73. Diante deste cenário, o advogado Paulo Guilherme Pfau Júnior, que representa o Bradesco, indicou a penhora do CT do Morro do Meio.
De acordo com a última avaliação feita pelo 2° Ofício de Registro de Imóveis de Joinville (em setembro de 2003), o CT do Morro do Meio valia R$ 350 mil. A coluna atualizou os números pelo IPCA, que representa o índice oficial da inflação no Brasil. Neste cálculo, hoje o CT estaria avaliado em R$ 811 mil. No entanto, pela dívida com o Bradesco e como o CT representa o único bem do Joinville, o banco indicou o imóvel no processo.
Em entrevista à reportagem de “A Notícia”, o diretor jurídico do JEC, José Acácio Piccinini, admitiu a dívida, mas tentou minimizar o problema. Segundo ele, a enxurrada de ações trabalhistas das quais o clube tem sido alvo impediu o pagamento deste empréstimo. No entanto, Piccinini acredita num acordo com o Bradesco.
— Creio que vamos encontrar uma forma de acertar este pagamento. Eles não têm interesse em alongar o processo. Infelizmente, estamos limitados financeiramente, mas vamos propor algo nos próximos dias para resolvermos este problema.
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Recentemente, o Joinville já passou por uma situação parecida. Segundo o diretor jurídico, por uma dívida com o Shopping Mueller, foi indicada a penhora da casa do presidente Vilfred Schapitz. Apesar da situação, o JEC conseguiu chegar a um acordo para parcelar a dívida. Por este motivo, acredita que também possa haver um acordo com o Bradesco.
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Outras ações
Uma rápida pesquisa na internet mostra diariamente uma série de ações contra o Joinville. Nesta semana, a 1ª Vara do Trabalho de Joinville determinou o pagamento de R$ 43 mil até o dia 31 deste mês ao jogador Erick Luís, que teve passagem pelo JEC em 2016 – quando Jony Stassun era o presidente.
Mas as ações não se limitam à gestão Jony. O técnico PC Gusmão, da gestão Nereu Martinelli, tem audiência marcada para o dia 12 de dezembro na 1ª Vara do Trabalho de Joinville. Já o técnico Matheus Costa, da gestão Vilfred Schapitz, entrou com uma ação na 18ª Vara do Trabalho de Curitiba. No dia 14 de fevereiro, terá uma primeira audiência.
Há processos ainda correndo de atletas que recém-deixaram o clube, como o meia Murilo Rangel (que pede pagamento de cinco meses de FGTS, salários, direitos de imagem e auxílio-moradia de abril, além de férias e 13º). O lateral Alex Ruan e o volante Michel Schmöller cobram termos rescisórios não pagos. Michel terá audiência no próximo dia 30.
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Recentemente, o goleiro Matheus, que está no elenco, entrou com uma ação cobrando 27 meses de FGTS não depositados, três meses de salário registrado em carteira e quatro meses de direito de imagem.
Um balanço apresentado pela diretoria do Joinville em agosto deste ano indicou que o clube tinha 65 processos correndo na Justiça – este número está maior no momento. Na ocasião, segundo os cálculos do departamento jurídico, em processos cíveis, a dívida do JEC era de R$ 601 mil.
Em relação aos processos trabalhistas, as dívidas representavam mais de R$ 10 milhões. Havia também processos tributários, calculados em mais de R$ 1 milhão. O saldo total era de R$ 11,9 milhões só de dívidas por processos judiciais.