A manhã de quarta-feira (26) foi de entrevista coletiva com fortes declarações do Presidente do Avaí, Júlio Heerdt. O mandatário do Leão criticou a postura da Chapecoense nos dois jogos da final do Campeonato Catarinense, e lamentou os episódios de violência e a invasão de campo na Ressacada.

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Júlio também falou sobre a busca do clube para um substituto de Enderson Moreira, que não teve o contrato renovado. Negociações com novos patrocinadores e o surgimento de alternativas para gerar receitas para o clube também foram revelados pelo presidente.

Desequilíbrio emocional na Chapecoense

Júlio criticou a postura da Chapecoense na escolha do estádio Josué Annoni para mandar o primeiro jogo da final em “condições não adequadas”, e também na pressão exercida na arbitragem na partida em Xanxerê, mas especialmente na Ressacada, sobre o árbitro Gustavo Ervino Bauermann. Para o presidente, Bauermann, assim como Avaí e Chapecoense, chegou na final por merecimento.

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O presidente do Avaí afirmou que a Chapecoense demonstrou um “desequilíbrio emocional” causado pelo excesso de vontade de vencer o título, e que o fator psicológico foi decisivo na conquista do Avaí.

Outro ponto destacado por Júlio foi a suposta rivalidade entre a capital e interior que, segundo ele, foi um dos fatores que motivou a Chapecoense a elevar o tom nos bastidores da final do Campeonato Catarinense.

— Nós temos que parar com isso em Santa Catarina, isso não existe. Vamos olhar esse caso aqui, da Chapecoense contra o Avaí, a reclamação deles. O Presidente Rubens Angelotti, que foi eleito agora como vice da CBF, é de Criciúma. Se fosse capital contra o interior, perderíamos o título. O Kléber Lúcio Gil, que comanda a arbitragem, é de Florianópolis, tradicional Figueirense. Era para o Avaí perder esse jogo, ser roubado, caso essa tese fosse verdadeira. Cláudio Gomes é de Criciúma, o Crispim é de Itajaí e já foi presidente do Marcílio Dias. Os fatos não comprovam a tese da Chapecoense de que a capital é privilegiada — comentou o dirigente.

Invasão de campo

Júlio foi contundente ao criticar a própria torcida pela invasão de campo ocorrida ao término do jogo. Citou que espera que o clube sofra uma punição educativa da justiça e que a festa de comemoração foi comprometida pelo episódio.

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— Não é possível a gente fazer um futebol profissional com invasão de campo. Tínhamos 17.711 pessoas no sábado, e 1% invadiu. Eu não vou condenar a torcida pelo que a minoria faz, mas Santa Catarina, Florianópolis e o Avaí, devem ter uma consciência melhor e ninguém deveria invadir. Corremos o risco de não receber os troféus, as medalhas, de fazer a festa merecida. A TV que paga os direitos de transmissão não mostrou o Avaí levantando a taça, o 19º título, o início da hegemonia, por culpa de 1% dos torcedores – frisou.

— Corremos o risco de acontecer uma tragédia, e eu vou falar do Jimenez, que comprova a minha tese de desequilíbrio emocional da Chapecoense, que agrediu covardemente, pelas costas, um torcedor invasor do Avaí, que quero deixar bem claro, ele não deveria estar ali. Mas o Jimenez poderia ter matado esse torcedor, esse invasor, ou o que vocês quiserem colocar de rótulo — complementou o presidente.

Ao falar sobre a agressão do volante da Chapecoense a torcedores do Avaí, Júlio voltou a criticar a postura e as declarações de dirigentes do time do oeste, e reforçou a tese de desequilíbrio emocional por parte do adversário na decisão do Campeonato Catarinense.

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— O desequilíbrio emocional da Chapecoense chegou ao ponto de o vice-presidente do clube classificar o Jimenez como herói. Não vou dizer que ele está certo ou errado, pois eu não conheço o Jimenez como pessoa. Mas o que ele fez com o torcedor do Avaí não representa os valores da Chapecoense e nem do povo do oeste de Santa Catarina. Então ele não é um herói — afirmou.

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O mandatário do Leão da Ilha reforçou que espera que o clube seja punido pela justiça pela invasão, assim como todos que cometeram atos de violência durante e após a final, e revelou que, se não achar que o Avaí está sendo prejudicado, vai aceitar a decisão dos tribunais.

— Eu espero que o Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina (TJD-SC) condene o Avaí pela invasão e condene cada um que cometeu atos de violência. O presidente Alex (Passos, da Chapecoense) também deu declarações destemperadas e recusou o recebimento das medalhas de segundo lugar. Roubo é crime, e ele como um delegado e pessoa responsável que é, tem que provar quem roubou, o que roubou, como e porquê — reforçou.

— Acredito muito na justiça, confio no trabalho do TJD-SC. Se vier uma punição educativa, nós vamos aceitar e acatar. Mas, claro, se entendermos que o Avaí está sendo prejudicado, vamos buscar defender os nossos interesses — emendou.

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Novo treinador

Júlio exaltou o trabalho de Enderson Moreira, treinador que comandou o Avaí no título catarinense de 2025, e afirmou que, apesar das duas partes desejarem a renovação, a opção foi pelo fim do ciclo. O presidente também confirmou conversas com Jair Ventura para assumir o comando técnico.

— Entendemos que buscando um novo treinador, talvez a gente consiga acelerar o processo para fazer o grupo jogar melhor, e renovar a confiança da torcida do Avaí no próximo trabalho. Estamos olhando o mercado, queremos um treinador experiente na Série B e vencedor. Vamos fazer uma série de entrevistas, com o Jair Ventura, o Paulo Turra, entre outros treinadores. Alguns que a gente gostaria de ter conosco já estão empregados. Estamos analisando um conjunto de possibilidades — revelou Júlio.

O presidente do Avaí também afirmou que um dos critérios para a escolha do novo treinador vai ser a adaptabilidade do sistema de jogo às características do elenco do time, que foi montado com ajuda do ex-técnico Enderson Moreira. Nas palavras de Júlio, um grupo com viés “defensivo e equilibrado”.