Falta de apoio, planejamento ou novos talentos? Joinville, que já teve sua “era de ouro” no basquete, não participa da elite nacional do esporte há seis anos. Neste sábado (21), o All Star Game relembra esta época ao reunir grandes estrelas que passaram pelo Basquete Joinville. Entre atletas e torcedores se levanta o questionamento: o que falta para que a maior cidade catarinense reviva o cenário de sucesso?
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Para Priscilla Castro, atual presidente na Liga Norte de Basquete (LNB), o maior obstáculo para o basquete, em qualquer categoria, é o apoio. A LNB foi fundada em 2003 e atende aos municípios localizados no Norte do Estado, como Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Mafra e São Bento do Sul.
— São poucas as empresas que aceitam patrocinar as equipes. No adulto, esse fato é notório! Até a pandemia, as equipes tinham poucos patrocinadores. Após aquele período, os patrocínios foram reduzidos até que se esgotaram — explica.
A presidente ainda argumenta que Joinville possui grandes empresas, que seriam essenciais para impulsionar a modalidade ao retorno para a elite nacional, mas que não demonstram interesse.
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— Para que voltássemos às competições nacionais no adulto, não é necessário apenas uma empresa “bancando” todo o projeto. Digo que poderiam ter várias empresas com o mesmo objetivo, e contribuindo com uma parcela cada uma que, no conjunto, estaríamos de volta ao NBB, com segurança — reforça.
Joinville já teve sua “era de ouro”
Shilton é um dos jogadores que marcaram a história do basquete de Joinville e retorna às quadras joinvilenses no All Star Game. O atleta levantou seis títulos estaduais com o time joinvilense e acumula outras vitórias na passagem pela cidade.
Veja fotos das estrelas que participam do jogo
Para o jogador, que jogou nas quadras joinvilenses por anos, o que falta para recolocar um time da cidade na elite nacional é planejamento.
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— Claramente o apoio financeiro é essencial, mas não existe o aporte se não for mostrado ao investidor um planejamento sério e coeso, uma cidade industrial e que tem tantos empresários, sempre estarão abertos a conversar quando algo sério e planejado seja apresentado — afirma.
Como alguém que tem uma conexão tão forte com o basquete de Joinville, Shilton vê um cenário frustrante com a falta de um clube que represente a maior cidade do Estado.
— Isso é algo no mínimo frustrante, enquanto teve equipe, participando ou não de semifinais do NBB e com hegemonia absoluta no sul do país, sempre tínhamos a melhor ou uma das melhores médias de público, a cidade merece estar de volta, e vejo essa retomada com esse evento (All Star Game) com muito otimismo, e comandado e direcionado por pessoas maravilhosas e apaixonadas pelo basquete e pela cidade — diz Shilton.
Mais do que retornar à elite, Shilton afirma que atletas e torcedores querem voltar a torcer de forma tão fervorosa quanto antes.
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— O apoio mais contundente e inegável é a da torcida e da população em geral, que merece e sente saudades disso — destaca.
Incentivo na base
Entre tantos fatores que impedem o retorno do basquete de Joinville à elite, a falta de novos atletas não é um deles. Ano após ano, novos talentos joinvilenses do basquete são formados. Um deles é Wesley Franz Müller de Souza, de 22 anos, que aos sete começou no esporte em uma escola particular do município e aos 10 entrou no time de Joinville.
No entanto, o jogador decidiu seguir em outro time da região, o Jaraguá, pensando no melhor para a sua carreira.
— Tomei essa decisão pois queria buscar algo a mais, surgiu uma oportunidade de estar compondo a equipe de Jaraguá, que também sempre mostrou um trabalho competente e crescente no basquete. No ano anterior (2018), Jaraguá foi campeão estadual na minha categoria sub-15 e na categoria acima, sub-17, vi como uma oportunidade de estar compondo uma equipe forte onde pudesse evoluir ainda mais, onde hoje ainda faço parte — explica.
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Mesmo que a maior cidade de Santa Catarina não tenha um time profissional na elite do basquete nacional, a Secretaria de Esportes (Sesporte) de Joinville incentiva a prática do esporte na base. Entre os projetos está o Programa Movimenta Joinville – Iniciação Esportiva, que atende crianças e jovens entre 6 e 16 anos.
Além disso, o basquete também é uma das modalidades disputadas nos Jogos Estudantis de Joinville (Jeville) que envolve crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares.
A Sesporte também tem servidores que trabalham diretamente com o basquete em Joinville, além de ceder estrutura como o Centro de Treinamento (CT) e o Ginásio Abel Schulz para a realização das competições. Ainda, o novo ginásio que está sendo planejado para a cidade contempla também a modalidade do basquete.
All Star Game
Alberto Bial é um dos nomes que marcaram o esporte de Joinville que estará no All Star Game na noite deste sábado (21), às 19h, no Centreventos Cau Hansen. O atual coordenador técnico do Fortaleza concedeu uma entrevista à CBN Joinville e relembrou a importância da sua passagem pela cidade catarinense.
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— É celebrar a vida. Celebrar as dezenas, centenas, milhares de pessoas que foram tocadas pelo basquete e todas que eram apaixonadas pelo basquete de Joinville. Tentei contribuir como pude para a construção dessa celebração do nosso basquete — destacou Bial.
Tanto jogadores quanto técnicos que marcaram a história do basquete em Joinville devem participar do super jogo. Serão quatro equipes formadas por ex-atletas que participaram por muitos anos da competição Novo Basquete Brasil (NBB). Para garantir o ingresso, basta acessar o site.
Entre as estrelas que estarão presentes estão Shilton, Douglas Viegas (Ninja), Olivia, atleta olímpico de 1996, André Goes, Tiagão, Augusto Goes, Sobral, Jimy, Lucas Vezaro, Paulo Boracini, Jordan, Will, Renato Sholz, André Bambu, João Vitor, Audrei e Fábio Catarina. Além dos atletas, os treinadores Alberto Bial, Cícero, George e José Neto também vão fazer parte do evento.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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