A Seleção Brasileira feminina de vôlei não conquista o ouro em grandes torneios desde 2017, pelo antigo Grand Prix. Após a derrota para a Itália, atual campeã olímpica, na final da Liga das Nações de Vôlei (VNL) 2025, “bater na trave”, mais uma vez, começou a incomodar a equipe.

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Maiores pontuadoras do Brasil na VNL 2025

Incômodos da Seleção Brasileira feminina de vôlei

O time brasileiro começou o primeiro set do confronto decisivo na frente, mas sem jogar seu melhor vôlei, viu a seleção italiana virar e conquistar o bicampeonato seguido pela competição. Com o resultado, a capitã da equipe Gabi Guimarães, expressou a frustação em entrevista após desembarcar no Brasil.

— Estou virada desde o jogo, dá para ver no meu semblante a frustração. Temos que valorizar o processo, como eu falo, mas a prata e o bronze mexem demais, fico muito incomodada mesmo — disse a jogadora.

Apesar do incômodo, Gabi frisa a importância de se manter confiante e buscar na derrota o meio para a vitória.

— Essa frustração, raiva, chateação, essa “virada” de não conseguir dormir depois de perda de campeonato seja em clube ou seleção, me motiva ainda mais a tentar entender como posso ajudar mais meu desempenho em momentos decisivos, ajudar as meninas a performarem melhor. É não reclamar, não achar desculpas. Não foi fácil, tivemos oportunidades. É olhar para frente e achar soluções — completou.

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O técnico Zé Roberto, em entrevista após a final da VNL, reconheceu os erros do time e lamentou a segunda colocação. Além disso, elogiou a atuação de ambas as seleções.

— Em números, algumas coisas foram iguais na decisão: viradas de bola, bloqueios. Mas a Itália esteve melhor nos contra-ataques. Tentamos até o fim, sem desistir. Mas temos que diminuir o número de erros e melhorar o sistema defensivo. Ninguém gosta do segundo lugar, mas o que nós alcançamos foi importante — disse Zé, em Lódz, na Polônia.

A atleta Júlia Kudiess também comentou sobre o resultado, mas com um pouco mais de otimismo. Para a central, a prata foi um símbolo de superação, já que vem recuperada de uma lesão e conquistou títulos individuais importantes.

— Foi uma temporada muito especial da Liga das Nações. Eu atingi objetivos que nem eu acreditava que conseguiria. É claro que a gente almejava o ouro, mas é sempre muito difícil jogar contra Itália. A prata não é o resultado que queremos, mas a gente sabe que está conseguindo evoluir, crescer. Não estamos satisfeitas, mas também não dá para descartar. É um prêmio que vale muito — disse a atleta.

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Kudiess foi eleita jogadora da seleção da VNL, junto a Gabi. Além disso, a central também igualou o recorde de pontos por bloqueio (63) na competição.

Jejum de títulos do Brasil no vôlei

O vice de 2025 foi o quarto do Brasil em sete edições de Liga das Nações Feminina. Desde o 12º título conquistado no Grand Prix, em 2017, a Seleção Brasileira perdeu quatro finais da Liga das Nações (2019, 2021, 2022 e 2025), uma final olímpica (2021) e uma de Campeonato Mundial (2022). Ainda levou o bronze olímpico em 2024. A falta de títulos já é o maior jejum dos últimos 30 anos.

A equipe feminina do Brasil volta a jogar no Mundial de Vôlei, dia 22 de agosto, na Tailândia. Na primeira fase do torneio, a seleção vai enfrentar Grécia, França e Porto Rico, nessa ordem, pelo Grupo C. Caso confirmem o favoritismo e avancem, as brasileiras terão rivais mais difíceis pelo caminho.

— Temos que pensar na nossa volta, na retomada de treinamentos e colocar a cabeça no Mundial. É definir o time, treinar bastante para ter um sincronismo cada vez melhor, pensar nos adversários já conhecidos e depois bater no que ainda estamos errando: os contra-ataques — projetou o técnico.

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Campanhas da Seleção Brasileira na VNL Feminina

  • 4º lugar em 2018
  • 2º lugar em 2019
  • Em 2020 a competição não foi realizada
  • 2º lugar em 2021
  • 2º lugar em 2022
  • 5º lugar em 2023
  • 4º lugar em 2024
  • 2º lugar em 2025

*Eliza Bez Batti é estagiária sob a supervisão de Marcos Jordão