O Rali dos Sertões tem mais dois tricampeões. Jean Azevedo, nas Motos, e Édio Füchter, com Miltinho Pereira, nos Carros, venceram pela terceira vez a maior competição off-road da América Latina, que terminou ontem, na praia de Cumbuco, no Ceará.
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Entre os gaúchos, Klever Kolberg ficou em segundo nos Carros, enquanto Fabrício Bianchini terminou em quinto nas Motos. André Azevedo é o campeão na categoria Caminhões.
– Agora é ir para o tetra – disse o catarinense Füchter, único a vencer três vezes consecutivas o Rali dos Sertões. – Isso tudo parece inacreditável. Preciso dedicar a vitória a toda a equipe.
Apesar da vantagem de 13 minutos de Füchter sobre Kolberg antes da última especial da competição, os dois travaram uma batalha minuto a minuto, acompanhada via rádio pela caravana do rali.
– Ficamos ansiosos esperando o tempo – revelou Kolberg, que agora começa os preparativos para mais um Paris-Dacar. – Parecia uma sala de maternidade. Mas, no fim, o filho que nasceu foi o deles.
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Fora do pódio, mas bem perto dele, o porto-alegrense Bianchini, 22 anos, quinto lugar nas Motos, estava eufórico:
– Não há sensação melhor do que essa – era só o que conseguia dizer, entre os gritos de comemoração.
A chegada, depois de 4,4 mil quilômetros, já foi suficiente para a maioria dos competidores. Ainda mais depois do trecho mais complicado, entre Xique-Xique (BA) e Floriano (PI), no qual dezenas de veículos ficaram presos nas areias da trilha até a madrugada. Foi o caso de Ramon Volkart, de Novo Hamburgo, que teve um problema com o óleo da moto. Ele só chegou a Floriano às 5h do dia seguinte e teve de abandonar a prova e a terceira colocação na geral. A equipe gaúcha Iesa teve problemas no mesmo dia. O carro 254, de Marco Nahas e Paulo Langer, quebrou o câmbio, e o 260, de Leonel Bortoncello e Luís Allgayer, enfrentou problemas com uma roda traseira.
O maior exemplo de superação do Rali dos Sertões foi dado pelo paulista Tiago Fantozzi, campeão de Motos em 2001. Este ano, a terceira colocação teve ainda mais valor do que o título. Na etapa de quarta-feira, um graveto furou a bota de Fantozzi e causou uma grave lesão no pé esquerdo. O piloto foi operado durante a noite, largou no dia seguinte e chegou à praia de Cumbuco à base de injeções para driblar a dor.
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– Tive de lutar comigo mesmo para chegar – contou, ainda muito emocionado com a presença da mãe no Ceará. – Mas isso é a minha vida, é o que quero fazer. Precisava chegar.