A força das seleções está comprovada com a presença nas quartas de final Copa do Mundo da Rússia. Mas o duelo entre Brasil e Bélgica, às 15h (de Brasília) desta sexta-feira, em Kazan, vai além dos conceitos de jogo, que apontam para uma partida de equilíbrio. Entra também nos aspectos psicológicos. De um lado, os belgas tentam manter vivo o sonho do título para coroar aquela que consideram a melhor geração de jogadores do país. Do outro, a Seleção atua para defender a sua tradição, o peso da camisa amarela.

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Desde que adotou a “nova” camisa em 1953, a Seleção Brasileira chegou a seis finais, ganhando cinco delas. Além de sorte, a cor trouxe confiança. Por causa do amarelo-ouro, tom escolhido pelo designer do modelo, o gaúcho Aldyr Schlee, a equipe nacional ganhou o apelido de Seleção Canarinho do radialista Geraldo José de Almeida – em alusão ao canário da terra, não ao belga, adversário da tarde de hoje. Desde então, o uniforme brasileiro acumulou estrelas e respeito.

– Quando você joga contra o Brasil, precisa entender que é o melhor time da competição. Você tem que aceitar isso. Quanto antes entende seu papel, mais rapidamente as coisas ficam claras. Tem a qualidade de jogadores como Coutinho, Neymar, que podem decidir em um segundo. Não somos favoritos. Acredito que ninguém vai esperar que vamos às semifinais. É um jogo que, quando você é um menino, você sonha, de estar envolvido em uma Copa do Mundo contra o Brasil – declarou o treinador da Bélgica, Roberto Martínez, antes do confronto.

Por mais ornado que seja o escudo belga com suas coroas, não há representação de título nele. Até porque a maior conquista futebolística do país foi a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos na Antuérpia, em casa, em 1920. Mas não há como negar que a seleção europeia adquiriu relevância. Não é o primeiro Mundial que entra com expectativa de ir longe. Porém, desta vez, calçada por mais do que o rótulo de “ótima geração”. Os jogadores que formam a espinha-dorsal da equipe são destaques de seus times na maior liga do mundo, a inglesa, e a equipe foi a primeira classificada nas Eliminatórias da Europa para a Rússia.

– O poder criativo da Bélgica é muito forte, a qualidade, vai ser um grande jogo. São duas equipes que primam por um futebol bonito, cada um com suas características. A Bélgica tem valores individuais de qualidade, um grande técnico, uma grande campanha – reconhece, em tom respeitoso, o brasileiro Tite.

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Somente uma estrela na camisa vermelha fará com que os Diabos Vermelhos sejam, definitivamente, reconhecidos pelo talento de seus atletas. A equipe, aliás, tem qualidade necessária para sonhar com isso na Rússia. Mas não vai ser fácil superar a tradição e o peso da da camisa da Seleção Brasileira, que ao longo dos anos foi ornada com as estrelas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. E muito inspirada para bordar mais uma, a de 2018.

FICHA TÉCNICA

BRASIL

Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho; Paulinho, Philippe Coutinho, Willian e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite.

BÉLGICA

Courtois; Vertonghen, Kompany e Alderweireld; Axel Witsel, Kevin De Bruyne, Nacer Chadli e Thomas Meunier; Fellaini, Eden Hazard e Romelu Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.

ARBITRAGEM: Milorad Mazic, auxiliado por Milovan Ristic e Dalibor Djurdjevic (trio da Sérvia).

DATA E HORA: hoje, às 15h (horário de Brasília).

LOCAL: Arena Kazan, em Kazan.

TRANSMISSÃO: NSC TV, SporTV e CBN Diário.

MINUTO A MINUTO: NSC Total e Diário Catarinense.

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