Uma das relações que mais precisam estar alinhadas é a de treinador e atleta. E quando falamos de atleta olímpico, a sintonia e parceria precisa realmente andar lado a lado. A triatleta Djenyfer Arnold tem essa relação com os dois treinadores que ela teve até aqui na modalidade: Elinai Freitas e o Marcelo Ortiz.
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A catarinense começou na modalidade, em 2017, quando resolveu dar uma segunda chance ao esporte como profissão, antes ela era nadadora. A primeira técnica da Djeny no triatlo foi Elinai Freitas em um projeto social em São José, município da Grande Florianópolis.
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— Acho que o grande diferencial da Djenyfer é uma mente forte, uma cabeça forte. Acho que desde a natação, alguém que tolera altas cargas de treino, que tem uma alta tolerância ao desconforto e isso é o diferencial. Ao mesmo tempo, ela traz uma simplicidade, humildade, uma vontade de querer estar entre os melhores e isso faz com que ela seja especial — avalia Elinai Freitas.
No primeiro ano competindo, ela foi campeã brasileira e chamou a atenção do treinador Marcelo Ortiz, do clube Pinheiros, em São Paulo. São sete anos trabalhando juntos e agora ambos estão realizando o sonho de estarem nos Jogos Olímpicos de Paris. Depois da vaga conquistada, a Djenyfer fez um post nas redes sociais agradecendo, justamente, essa parceria com o treinador.
— Obrigada por você ter entendido como funciono em competição e tornar as coisas mais leves, sempre me lembrando de aproveitar o momento e de ser feliz vivendo isso. Então, mais uma vez, muito obrigada — relata a catarinense em publicação.
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Além disso, Marcelo Ortiz destaca que sempre teve confiança na atleta. Assim como complementou ainda que Djenyfer reunia todas as qualidades para se tornar uma atleta olímpica, além da vontade de chegar no topo da pirâmide, além de confiar em uma campanha histórica nos Jogos Olímpicos: ‘’Em Paris, faremos história para o triatlo brasileiro.’’
Claro que o ciclo Olímpico da Djenyfer não foi tão simples. Ela sofreu uma queda no ciclismo na etapa do Mundial em Hamburgo, em 2022, e teve uma fratura na clavícula. Por conta disso, precisou passar por cirurgia, em julho daquele ano, e voltou aos treinos em agosto. A partir de então, viveu uma corrida contra o tempo para buscar a vaga Olímpica.
— Depois da queda da Djenyfer, foi muito difícil o processo de retorno aos treinos, criar uma rotina e uma sequência, já que precisava pontuar (no ranking), mas também competir muito. Quando você compete muito, é difícil conseguir criar uma rotina de treinos muito boa, porque viaja todo tempo, ou seja, toda a mudança de rotina nunca é o cenário ideal. Ela conseguiu realmente ter uma grande evolução quando parou de competir. Encerrou o ciclo ano passado e pôde, realmente, treinar por quatro meses ininterruptamente de uma maneira brilhante. Aí sim ela conseguiu mudar essa performance. Agora, ela está brigando entre as 10 do mundo, que é fantástico — relatou o técnico Marcelo Ortiz
A vaga da catarinense foi confirmada no dia 26 de maio, após a última etapa do Mundial de triatlo, em Cagliari, na Itália. Djenyfer chega para a disputa dos Jogos Olímpicos com uma chance muito grande de estar no top 10.
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— Acho que o maior (aprendizado) de todos é equalizar a intensidade dos treinamentos com a duração dos treinamentos sem haver lesão no processo. A gente caminha o tempo todo numa corda bamba e qualquer deslize nas cargas de treino pode acabar acontecendo alguma lesão, que a gente mais teme até chegar aos Jogos Olímpicos. Estamos apostando todas as fichas, não estamos trabalhando com a possibilidade de garantir (apenas) um top 10, não, vamos correr o risco porque podemos sair desses Jogos com resultado incrível, quem sabe até uma medalha olímpica — complementa Ortiz.
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