Uma faixa de boias laranja-fluorescente limita o acesso à área de banho – fica a 200 metros da linha de arrebentação. Frequentemente ignorada em Jurerê Internacional, onde é fácil flagrar lanchas e motos aquáticas a pouquíssimos metros de quem está na orla.

Continua depois da publicidade

Na Praia Mole, um barco chegou tão perto que um tripulante se jogou na água (com o motor funcionando) e nadou até a faixa de areia. E na Lagoa da Conceição, a pior das cenas: uma moto aquática que estaria em alta velocidade atingiu um barco de madeira, deixando duas pessoas gravemente feridas.

Tudo em apenas dois dias, num único fim de semana – e quase dois meses distante do encerramento da temporada.

Continua depois da publicidade

Banhistas reclamam todos os dias, diz guarda-vidas

Guarda-vidas, Gustavo Bressan fotografa cada irregularidade e envia para a Capitania dos Portos, que é quem fiscaliza o transporte aquaviário. E recomenda que os banhistas façam o mesmo. As reclamações, ele diz, escuta todos os dias. De longe faz sinal para o condutor, pede para que se afaste da zona de banho. Mas não tem poder de força.

– O risco é constante. As motos deslizam em alta velocidade e tem muita gente que aproveita o mar calmo de Jurerê para nadar exatamente no ponto em que as embarcações invadem. Faço um apelo por mais fiscalização, para que a solução não venha depois só de uma tragédia – alerta Bressan.

Registro de novas embarcações aumenta 30%

da temporada 2013 para 2014 em Florianópolis

Comandante da Capitania dos Portos em Itajaí – regional que abrange 183 municípios (porque inclui até cidades do Oeste de SC, na fronteira com a Argentina), uma das maiores do país – José Sávio Feres Rodrigues argumenta que os acidentes na água, assim como nas rodovias, acontecem principalmente por falhas do condutor e não pela falta de fiscalização. E chama a atenção para a crescente demanda do setor privado, para o aumento das vendas e registros de embarcações.

Continua depois da publicidade

Só em Florianópolis houve crescimento de 30% no cadastro de novos veículos aquáticos – e isso de um ano para o outro, da temporada 2013 para 2014.

A Marinha tenta reorganizar o espaço com novas regras. Desde 2012 é preciso estar habilitado para pilotar moto aquática. Para ter acesso ao documento é necessário passar por aulas teóricas e práticas, que exigem no mínimo três horas de navegação. E aí entra mais um item no check list da fiscalização.