Esta quarta-feira, 23 de abril de 2025, será decisiva para o futuro do Morro dos Cavalos, na BR-101, na Grande Florianópolis. Uma reunião em Brasília vai discutir o avanço da obra para solucionar a instabilidade atual do trecho. O encontro será no Ministério dos Transportes, às 16h. O governador Jorginho Mello (PL) embarcou nesta terça-feira (22) para a Capital Federal, e na bagagem levou uma proposta do governo de Santa Catarina para o trecho. O projeto prevê um Contorno no Morro dos Cavalos com 5,2 quilômetros de extensão e valor menor daquele previsto para a obra dos túneis (veja abaixo as imagens e os detalhes). A coluna traz em primeira mão o que será apresentado em Brasília.
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Os estudos feitos pela secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do Estado preveem um binário com o novo contorno. A pista atual do Morro dos Cavalos seria adaptada para operar somente no sentido Norte. Em contrapartida, a nova estrutura serviria para o sentido Sul. Em caso de interrupção de algum dos sentidos, o outro seria usado para atender à demanda de trânsito. Para que as obras saiam do papel, Jorginho também fará uma proposta ao ministro Renan Filho (continue lendo após as imagens).
Veja abaixo os detalhes do projeto
O governador vai propor ao ministério dos Transportes que o valor usado pelo governo do Estado nas rodovias federais, ainda na gestão de Carlos Moisés da Silva, seja devolvido pelo governo federal na obra do Morro dos Cavalos. O orçamento feito para o contorno é de R$ 291 milhões, além do valor das desapropriações, que precisa ser definido.
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Jorginho defende que uma solução seja escolhida com rapidez. Segundo ele, a obra pode ser feita por uma das concessionárias da BR-101, seja a Arteris Litoral Sul, responsável pelo trecho, ou a CCR ViaCosteira, que administra a BR-101 Sul. No entanto, para o governador, os processos precisam ser acelerados diante da necessidade atual.
Caso a definição seja pelo modelo proposto pelo Estado de uso do dinheiro público na execução, Jorginho defende que o governo federal repasse o recurso para que o governo estadual faça as obras. Além disso, o governador afirma que o custo projetado para o contorno é menor do que a construção de túneis, orçados na casa de R$ 2 bilhões.
Detalhes do contorno
Os estudos da secretaria de Infraestrutura apontam que a implantação do binário da BR-101 na região dos Morros dos Cavalos possui extensão de 5,2 quilômetros, onde as duas curvas na saída do morro dos Cavalos são compatíveis para velocidade de 60km/h, enquanto que o restante do trecho já e compatível com velocidade de 80km/h. No que se refere às Obras de Arte Especiais são previstos uma ponte sobre o Rio Maciambu e o aterro de descida com 450 metros de comprimento.
Com a implantação deste contorno, de acordo com o projeto, será possível a operação em conjunto com o trecho existente, onde a nova via deve atender ao fluxo no sentido Norte/Sul e a via existente deve operar no sentido Sul/Norte. O trecho existente deve ser reformulado para três faixas de 3,6m de largura no sentido de subida, acompanhado de acostamento com 3,0m.
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Nas alças atuais no acesso à Pinheira, seriam feitas mais duas alças para complementar o acesso com entrada e saída ao novo contorno.
Vídeo mostra a projeção do contorno
Próximos passos
Caso o projeto do contorno avance, o governo do Estado estima que os trabalhos devem ser iniciados por meio da contratação de um anteprojeto, e simultaneamente devem ser iniciadas as tratativas para licenciamento ambiental para que seja obtido um termo de referência dos estudos ambientais que se fizerem necessários.
Tão logo seja concluída esta etapa inicial o planejamento prevê a licitação da obra na modalidade RDCi, para reduzir os prazos da obra. Além dos prazos previstos para a tramitação administrativa do poder público, ainda é previsto quatro meses para o desenvolvimento do projeto executivo, assim como de um ano e meio para a fase de obra.
Pontos de atenção
Na apresentação em Brasília, Jorginho vai expor quatro pontos importantes para que a obra saia de papel. O primeiro é que 1,5 km do contorno passaria por área indígena. O governador se diz disposto a negociar e indenizar as comunidades locais, e aponta que haverá necessidade de interlocução do governo federal para a autorização dos povos originários.
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Outro ponto é que um trecho da obra passaria pela área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Para o licenciamento ambiental, a proposta é que a Funai delegue a função para o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC).