O período entre o Natal e o começo de janeiro evidencia o problema de mobilidade urbana de Florianópolis. O acesso às praias está sufocado. Até mesmo as duplicadas rodovias estaduais como a SC-401 dão sinais de saturação. Mas as filas não são exclusividade do Norte da Ilha. Pelos lados do Sul da Ilha também há trânsito praticamente parado neste período.

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Uma motorista relata, por exemplo, que levou uma hora para fazer o trecho de quatro quilômetros entre o Pântano do Sul e a Armação no dia 1º de janeiro. Situações semelhantes ocorrem em outros pontos, com viagens de horas para o deslocamento das pessoas da casa até a praia. Isso sem contar a volta, claro.

O verão mostra que Florianópolis tem as praias “da hora”, mas não no sentido da gíria popular, que significaria tão somente um lugar interessante. Neste caso, me refiro ao tempo que se leva para chegar até elas. Os pontos mais distantes da região central tornam-se verdadeiros desafios para os banhistas. É preciso muita coragem e tempo disponível para encarar o trânsito em dias como os da temporada de verão. Muita gente decide encarar, mas também há uma parcela significativa que desiste da ideia ao abrir os mapas nos aplicativos de trânsito.

Os moradores da Capital, acostumados a sair de casa mais cedo para não enfrentar filas, perceberam que nem essa tática funciona mais. Nestes dias, às 8h há congestionamentos em pontos de acesso a praias como Jurerê Internacional e da região da Lagoa da Conceição.

Aparentemente, só haverá intervenção do poder público quando a imobilidade urbana começar a refletir na imagem da Ilha diante dos turistas. Quando pessoas deixarem de vir para Florianópolis por conta do trânsito. Mas talvez até lá seja tarde para reverter o quadro.

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O grande problema neste caso, é que a reversão do cenário depende de uma mobilização integrada, com órgãos municipais, estaduais e federais, algo ainda pouco visto por estes lados. A decisão está na mão do poder público. Esperar mais pode prejudicar o turismo local.

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