O ano do Metropolitano é estranho. Embora tenha de jogar fora de Blumenau e esteja em um momento nômade, o time vive uma situação de calmaria nos bastidores. Para quem não acompanha o dia a dia é difícil entender isso, já que há poucos dias a diretoria confirmou que jogará em Ibirama a Série B do Catarinense — algo que aos desavisados pode soar como uma situação catastrófica.

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Não que jogar no Estádio Hermann Aichinger seja maravilhoso, mas a escolha por ele reflete o próprio perfil dos atuais diretores. O Metropolitano opta por jogar no Alto Vale com o objetivo de ter uma garantia para os próximos anos e, ao mesmo tempo, ganhar fôlego na busca de recursos para a construção do estádio próprio. Aliás, esse é um dos pontos que quero destacar neste 22 de janeiro, quando o Verdão completa 18 anos de vida:

Conversei com o presidente Valdair Matias e perguntei: "afinal de contas, o que o torcedor do Metropolitano pode comemorar?". A resposta dada pelo mandatário deixou claro o quanto a diretoria está aliviada por ter conseguido acertar com o Atlético de Ibirama o aluguel do estádio.

Esse "problema a menos", digamos assim, abre espaço para o início das discussões técnicas, já pensando diretamente na Série B e também na retomada da busca pelo dinheiro para a construção do estádio — projeto que está parado há mais de um ano. Possíveis novidades nesses dois contextos são os pontos a serem comemorados, diz Matias.

— O torcedor pode comemorar o fato de estarmos na Série B, mas pensando na A. Nosso projeto é ser campeão, assim como em 2018 — resume.

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— Estamos montando uma equipe para ser competitiva, mas paralelamente trabalhando na hipótese de construção do estádio, quem sabe em até três anos — finaliza o presidente.

Neste 22 de janeiro, a diretoria também espera por outro presente: o acerto com o grupo de investidores que pretende injetar dinheiro no clube e levá-lo de volta à elite. Uma nova reunião deve ocorrer entre os dias 30 e 31 e, dessa vez, a tendência é de que o contrato de gestão compartilhada seja finalmente assinado. Vale lembrar que a Série B começa no fim de maio e o objetivo do Metropolitano é iniciar a preparação na segunda quinzena de abril.

Há quem diga que esse é o pior ano da história do clube. Discordo. Esse 2020, na minha avaliação, é um meio termo entre a Onda Verde de 2012, quando a euforia tomava conta nos bastidores, e a crise que estourou em 2017 com o primeiro rebaixamento e a avalanche de processos trabalhistas que levaram o Metrô a um poço de problemas financeiros — com uma dívida que hoje beira R$ 1,5 milhão.