Quase cinco meses depois de uma primeira tentativa que não funcionou, o Metropolitano, de Blumenau, protocolou nesta sexta-feira (19) um novo pedido de recuperação judicial em busca de reestruturação financeira do clube. O caso tramita na Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul.
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A coluna apurou que a dívida do Metrô sujeita à recuperação judicial, caso o pleito seja deferido, é de R$ 8,5 milhões. Deste montante, cerca de R$ 3,8 milhões são referentes a débitos trabalhistas. Com o recesso iminente do Judiciário, é provável que a análise da Justiça sobre o pedido fique para 2026.
Prevista em lei, a recuperação judicial permite aos requerentes ganhar fôlego financeiro para arrumar a casa. Alguns dos benefícios podem incluir a suspensão temporária, por até 180 dias, de ações e execuções trabalhistas, além de penhoras e bloqueios de valores de bilheteria, medidas que têm estrangulado o caixa do Metrô nos últimos tempos.
Internamente o clima é de otimismo, já transmitido à torcida. Em nota oficial, o Metropolitano tratou o pedido de recuperação judicial como o “primeiro passo ao futuro”. Em uma publicação nas redes sociais, o clube disse se tratar de um gradual processo de reestruturação em respeito à história e ao legado da equipe.
“Com a recuperação judicial, o Metropolitano pretende centralizar todas as execuções, o que permitirá a reorganização financeira do clube e o planejamento de curto, médio e longo prazo de forma transparente, profissional e ética. Esse movimento tem o objetivo de manter não apenas as atividades esportivas, como honrar gradativamente os compromissos firmados com credores, atletas e funcionários”, cita a nota.
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O documento apresentado à Justiça menciona um histórico das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Metrô, com dívidas junto a prestadores de serviços e débitos trabalhistas, tributários e fiscais.
A pandemia de Covid-19, que forçou a realização de partidas com portões fechados em 2020 e 2021 e reduziu investimentos privados no futebol, e a ausência de um estádio em Blumenau para o mando dos jogos nos últimos anos – o Sesi retornou só em 2025 – são citados como alguns dos fatores que agravaram a situação. Isso provocou enxugamento de receitas com bilheteria, alimentação, bebidas, vendas de produtos e prospecção de sócios-torcedores.
Mesmo com as dificuldades, o Metrô continuou entrando em campo, com suporte nos bastidores de torcedores que tiraram dinheiro do bolso para ajudar o clube a pagar despesas. A média de público durante a Série B do Campeonato Catarinense deste ano, superior a de oito clubes que disputam a segunda divisão nacional, é destacada como trunfo na perspectiva de recuperação, pelo potencial do clube de gerar receitas.
O Metropolitano chegou a pedir recuperação judicial em julho, mas houve problemas na documentação e o processo acabou extinto. O clube não é o primeiro de Santa Catarina a reivindicar proteção à Justiça. Avaí, Joinville, Chapecoense e Juventus também recorreram ao mesmo expediente. No Brasil, equipes de peso e campeãs nacionais, como Cruzeiro, Vasco e Coritiba, já usaram da mesma lei para buscar reestruturação.
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