Em uma tendência de aquecimento que tem se intensificado na última década, a Terra pode estar vivendo o segundo ou terceiro ano mais quente da história. O dado é apontado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em um boletim divulgado nesta quarta-feira (6). As informações são do g1.

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O levantamento, publicado dias antes da abertura oficial da COP30, em Belém (PA), traz informações sobre as concentrações de gases do efeito estufa e o calor nos oceanos em níveis considerados “sem precedentes”. Ainda, geleiras e calotas polares estão em retração acelerada, de acordo com o relatório.

— Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta — disse Celeste Saulo, secretária-geral da OMM

— Mas a ciência é igualmente clara: ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5°C até o final do século — complementou.

A meta de 1,5°C foi estabelecida pelo Acordo de Paris em 2015 para evitar impactos extremos do clima, como secas, elevação do mar e colapso de geleiras. Contudo, alguns estudos apontam que o mundo já pode ter ultrapassado esse ponto crítico.

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, citou o levantamento em seu discurso em Belém durante a Cúpula dos Líderes.

— Em cada ano em que se ultrapassar o limiar de 1,5°C, as economias serão severamente afetadas, as desigualdades se agravarão e ocorrerão danos irreversíveis. Devemos agir agora, com grande rapidez e em larga escala, para que esse aumento seja o menor, o mais curto e o mais seguro possível – e para que as temperaturas voltem a ficar abaixo de 1,5°C antes do final do século — disse.

Os patamares são usados como instrumento do Acordo de Paris para enfrentar a crise climática. Atualmente, meta no Brasil é de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.

De janeiro a agosto de 2025, a temperatura média global ficou 1,42 °C acima da era pré-industrial, um pouco abaixo do recorde de 2024 (1,55 °C). Ainda assim, cada um dos últimos 11 anos (de 2015 a 2025), fora os mais quentes desde o início dos registros, há 176 anos.

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