Atualmente, tatuagens fazem parte do corpo de muita gente. Isto pois é uma bela forma de eternizar nomes, datas ou o que é significativo para a vida daquela pessoa. Tanto que diversos historiadores começaram a estudar qual a origem histórica dessa representação artística gravada na pele. Mesmo que houvesse registros antigos, a primeira vez que a palavra aparece é nos relatos do navegador britânico James Cook.

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Contudo, um estudo publicado na última segunda-feira (13), trouxe uma grande novidade, já que através de uma nova tecnologia, marcas nas peles das múmias do Peru do período pré-colombiano denotam a existência de tatuagens também nessa sociedade.

As tatuagens “escondidas” nas Múmias do Peru

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Do que se tratam essas tatuagens

De acordo com o estudo publicado na revista PNAS, as tatuagens encontradas nas múmias do Peru fazem parte de uma comunidade chamada Chancay e não eram muito claras. Isto, pois, com o passar do tempo, principalmente pela gradual decomposição dos corpos, essas imagens foram se desgastando. 

Contudo, os estudiosos apontaram que apenas 2 ou 3 dos indivíduos mumificados tinham tatuagens visíveis completamente, com cerca de 0,1 ou 0,2 mm de tamanho. Com isso, é possível notar desenhos que remetem a figuras geométricas ou formas animalescas comuns e que batem com outros registros históricos da comunidade, encontrados em outros trabalhos artisticos.

Como é a tecnologia que foi utilizada?

Além da descoberta, um dos grandes destaques da pesquisa foi o novo método para observar tatuagens e outras marcas na pele de corpos mumificados. De acordo com um artigo da revista especializada Live Science, a tecnologia utilizada foi Fluorescência Estimulada a Laser, ou LSF da sigla em inglês. 

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Em resumo, o artigo explica que esse método produz imagens baseadas na fluorescencia da amostra analisada. Desse modo, capta-se detalhes dos quais uma mera análise de luz ultravioleta (UV) pode deixar escapar.

Para analisar as tatuagens, o LSF é ideal, pois transforma a pele do indivíduo em uma cor branca e brilhante, o que faz com que a cor preta da tinta à base de carbono utilizada pelos tatuadores seja destacada. Segundo os autores do estudo, isso exclui o problema da decomposição e do “sangramento”.

O que as tatuagens dizem sobre a sociedade pré-colombiana?

Os pesquisadores discutem o que a nova descoberta das tatuagens em múmias do Peru pré-colombiano diz sobre essa sociedade. Desse modo, o que pode se retirar é que essa comunidade de artistas de muita habilidade que fazia o desenho na pele utilizando algum objeto pontiagudo que lembra muito as tecnologias modernas para tatuar. Além disso, os trabalhos foram feitos de forma tão cuidadosa que resultaram em formas geométricas e de formatos de animais bastante visíveis.

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Por fim, os estudiosos acharam importantes destacar que a tatuagem também era, para o povo Chancay, uma forma de arte tal qual a cerâmica e o tecido, e que esses desenhos na pele não estavam presentes em todos indivíduos. O que pode demonstrar que estava restrito a um grupo específico da população.

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