Em 26 de outubro de 1986, a explosão do reator nuclear de Chernobyl liberou uma enorme nuvem de radiação. Quase 40 anos depois, a região permanece desabitada por humanos. Contudo, muitos animais ficaram, adaptando-se a um ambiente ainda hostil e contaminado.
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Muitos pets abandonados permaneceram na Zona de Exclusão de Chernobyl (ZEC), gerando descendentes que hoje são cães selvagens. Esses animais vivem em meio a uma vegetação radioativa, sem a presença humana constante que antes os acompanhava.
Quase meio século após o desastre, biólogos estão analisando de perto esses animais. A pesquisa investiga se a radiação pode ter alterado os genomas dos cães, o que indicaria uma possível aceleração no processo de evolução em uma área tão peculiar.
Como o estudo está sendo feito?
Cientistas da Universidade da Carolina do Sul analisaram o genoma de 302 cães que vivem na região de Chernobyl. Os resultados dessa pesquisa inovadora foram publicados na renomada revista científica Science Advance, trazendo novas perspectivas sobre o tema.
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A ideia de que a radiação acelera a evolução não é nova. Experimentos com sementes são realizados há muito tempo, inclusive as “jogam” no espaço para induzir mutações desejadas. Essa prática visa entender como a radiação influencia mudanças genéticas.
Os cães não são os primeiros seres vivos da região a serem estudados. Antes deles, pesquisadores já analisaram bactérias, pássaros e até rãs. As rãs, por exemplo, sofreram mutações na pigmentação, com as pretas se adaptando melhor que as verdes ao ambiente radioativo.
As primeiras revelações
O estudo revelou que os cães selvagens que viviam próximos à usina apresentaram diferenças genéticas impactantes em comparação com cães que moravam a apenas 16 km de distância, em uma cidade vizinha. Essa variação sugere um impacto da radiação.
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Embora isso possa parecer uma forte indicação de que houve mutação ou evolução entre esses animais, é importante ressaltar que este estudo representa apenas um primeiro passo para comprovar essa complexa hipótese.
Assim, mesmo que o estudo seja inconclusivo em suas etapas iniciais, ele marca o início de uma investigação mais profunda sobre o assunto. Os resultados podem trazer grandes respostas sobre a intrigante relação entre a evolução e a radiação no longo prazo.
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