A campanha Dezembro Vermelho de 2025 começou com um reconhecimento histórico para a saúde pública de Florianópolis. No último dia 3, a Capital recebeu oficialmente, em Brasília, o Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e o Selo Bronze para a sífilis, concedidos pelo Ministério da Saúde. A certificação atesta que o município atingiu indicadores de excelência no pré-natal, garantindo diagnóstico, acompanhamento e tratamento adequados às gestantes e prevenindo a transmissão das infecções para os bebês.
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Reconhecimento nacional e marco na saúde pública
Os selos são concedidos a estados e municípios com mais de 100 mil habitantes que apresentam indicadores próximos à eliminação da transmissão vertical, conforme critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2023, Florianópolis zerou a taxa de transmissão vertical do HIV, um marco que posiciona a cidade na vanguarda da saúde pública brasileira.
Segundo o médico de família e coordenador do Departamento de Gestão da Clínica da Secretaria Municipal de Saúde, Ronaldo Zonta, a certificação comprova a capacidade técnica da rede de saúde. Ele destaca que o município dispõe de tecnologia, medicamentos e equipes qualificadas para controlar o vírus, além de ter alcançado o desafio de zerar a transmissão para os bebês. Para Zonta, o principal obstáculo atual para avançar no controle da epidemia é o estigma, o preconceito e a desinformação, que ainda afastam pessoas do diagnóstico e do tratamento.
Queda nos casos e controle da epidemia
Entre 2019 e 2023, Florianópolis registrou uma redução de 30% nos novos casos de infecção por HIV e de 33% nos casos de aids. O Boletim Epidemiológico de HIV/aids 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 1º de dezembro, confirmou a tendência de queda e a estabilidade na mortalidade, reflexo da ampliação da testagem e do início rápido do tratamento na Atenção Primária.
Dados recentes apontam que, até outubro de 2025, 85,5% das pessoas diagnosticadas vivendo com HIV na Capital estavam em tratamento regular. Entre 90% e 96% desses pacientes apresentam carga viral controlada – ou seja, não adoecem e não transmitem o vírus, alcançando o conceito de indetectável. Estima-se que cerca de 11.600 pessoas vivam com HIV em Florianópolis, sendo que aproximadamente 10% ainda desconhecem o diagnóstico.
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Prevenção combinada e rede integrada de cuidados
Florianópolis se destaca nacionalmente pela oferta permanente de uma rede integrada de cuidados, por meio do programa Pare o HIV Floripa, em parceria com o projeto A Hora é Agora. A estratégia segue o modelo da prevenção combinada, que reúne diferentes métodos de proteção, como uso de preservativos, testagem periódica, PrEP, PEP, tratamento antirretroviral e ações de redução de danos.
Testagem ampliada e acesso facilitado
A testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C é recomendada para todas as pessoas sexualmente ativas, com realização ao menos uma ou duas vezes ao ano. Os exames estão disponíveis nos Centros de Saúde, com agendamento pelo Alô Saúde Floripa, pelo número 0800 333 3233, ou diretamente com as equipes de Saúde da Família.
O município conta ainda com três Centros de Testagem e Resposta Rápida, localizados nas Policlínicas das regiões Centro, Continente e Norte. O atendimento pode ser feito por demanda espontânea ou mediante agendamento pelo formulário bit.ly/agendamentotesterapidoist.
Insumos de prevenção e autoteste
Para enfrentar a queda no uso de preservativos, especialmente entre os jovens, Florianópolis passou a disponibilizar as novas opções distribuídas pelo Ministério da Saúde, como preservativos extrafinos e texturizados. Os insumos, incluindo preservativos internos, externos e gel lubrificante, são distribuídos gratuitamente em todos os Centros de Saúde e demais serviços da rede municipal.
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Moradores da Capital também podem solicitar autotestes de HIV pelo site ahoraeagora.org ou realizar a retirada presencial nas farmácias dos Centros de Saúde e Policlínicas, com limite de até cinco unidades por pessoa. Até outubro de 2025, a distribuição de autotestes cresceu cerca de 52% em relação ao ano anterior, passando de 22.241 unidades em 2024 para 33.777.
Tratamento rápido e iniciativas inovadoras
O acompanhamento das pessoas vivendo com HIV pode ser feito diretamente nos Centros de Saúde, enquanto os casos de maior complexidade são encaminhados para as Policlínicas e Centros de Testagem e Resposta Rápida. A diretriz do município prioriza o início do tratamento no mesmo dia do diagnóstico ou em até sete dias, conforme avaliação clínica.
Entre as iniciativas pioneiras, Florianópolis oferece a entrega de antirretrovirais pelos Correios, em parceria com o projeto A Hora é Agora. O serviço é sigiloso e gratuito e pode ser solicitado pelo telefone (48) 99177-2669. Cerca de 2 mil pessoas já utilizaram o sistema, e atualmente 110 usuários recebem os medicamentos mensalmente por essa modalidade.
PrEP e PEP fortalecem a prevenção
A Profilaxia Pós-Exposição, indicada para situações de exposição sexual sem preservativo ou em casos de rompimento, deve ser iniciada em até 72 horas e está disponível nos Centros de Saúde e UPAs, com tratamento de 28 dias.
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Já a Profilaxia Pré-Exposição pode ser utilizada a partir dos 15 anos de idade e é uma das principais estratégias da prevenção combinada. O agendamento para início do uso pode ser feito pelo site ou pelo telefone (48) 99608 6606.
Conforme Lei nº 10.199, a Prefeitura informa que a produção deste conteúdo não teve custo e sua veiculação custou em média R$ 2.550,00.

