Viver em um microapartamento em Paris é uma experiência que mistura praticidade, altos custos e muitos desafios diários.
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Com espaços que, em alguns casos, não chegam a 10 m², a vida nesses pequenos ambientes exige adaptação, criatividade e disposição para abrir mão de conforto em nome da localização.
Para muitos moradores, especialmente estudantes e trabalhadores estrangeiros, essa é a única forma de morar na capital francesa sem gastar uma fortuna.
Segundo o DW Brasil, esses minúsculos imóveis, que se multiplicam nos bairros mais centrais, representam tanto o reflexo da crise imobiliária quanto um estilo de vida urbano cada vez mais comum.
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Apesar das limitações, há quem veja vantagens em viver em um local estratégico, próximo de universidades, comércios e meios de transporte, mesmo que isso signifique transformar cada metro quadrado em um verdadeiro desafio de organização.
O tamanho e o custo de viver em um espaço mínimo
Os microapartamentos parisienses são conhecidos por suas dimensões extremamente reduzidas, chegando ao limite legal de 9 m² e pé-direito mínimo de 2,2 m. Muitos deles sequer possuem janelas convencionais, o que compromete a ventilação e a iluminação natural.
Há casos, como o do estudante brasileiro Rafael Mouzer, que vive em um pequeno cômodo com claraboia e sem elevador no prédio, subindo oito andares por escada todos os dias.
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O preço, por outro lado, está longe de ser pequeno. Mesmo espaços tão diminutos podem custar cerca de 650 euros por mês, valor que mostra o alto custo de morar em Paris.
O metro quadrado é caríssimo, e o que se economiza em espaço paga-se em localização, uma troca que muitos aceitam para estar próximos do trabalho ou da faculdade.
As razões por trás dessa escolha
A falta de moradia acessível e a alta demanda são as principais razões que levam tanta gente a viver nesses cubículos. Paris é uma das cidades mais caras da Europa, e encontrar um imóvel decente por um preço justo tornou-se quase impossível.
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O aumento dos aluguéis, o turismo e o uso de imóveis em plataformas de hospedagem reduziram ainda mais a oferta de apartamentos disponíveis para residentes.
Mesmo assim, muitos optam por esses pequenos espaços por causa da conveniência.
Estar perto do centro, dos transportes e de oportunidades de trabalho compensa o desconforto. Um chef brasileiro, por exemplo, preferiu um estúdio de menos de 15 m² para ficar próximo do emprego e da escola da filha. Para ele, a localização vale mais do que o tamanho.
Desafios de morar em um espaço tão reduzido
A vida em um microapartamento exige uma série de ajustes. É comum que o morador realize atividades cotidianas fora de casa, como estudar em bibliotecas, trabalhar em cafés ou encontrar amigos em parques, já que o espaço interno não oferece conforto para longos períodos.
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A sensação de confinamento é um dos aspectos mais desafiadores da experiência.
Além disso, há problemas estruturais que dificultam a rotina. A falta de ventilação, o calor no verão e a impossibilidade de receber visitas são limitações constantes.
Para compensar, muitos adaptam o ambiente com móveis multifuncionais, camas suspensas e cozinhas embutidas, aproveitando cada canto disponível para transformar o pequeno cômodo em um lar funcional.
Alternativas e cuidados para quem pretende morar assim
Embora o microapartamento seja uma solução temporária, é importante observar os limites da lei francesa, que exige no mínimo 9 m² habitáveis e altura de 2,2 m para o imóvel ser considerado adequado.
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Cumprir essas normas garante ao menos um padrão mínimo de dignidade, o que nem sempre é respeitado em locações mais antigas.
Especialistas recomendam que quem planeja morar em Paris busque regiões um pouco mais afastadas do centro, onde é possível encontrar apartamentos maiores pelo mesmo preço.
Essa escolha melhora a qualidade de vida e reduz o impacto psicológico que o confinamento pode causar. Afinal, morar em um espaço tão pequeno pode ser viável por um tempo, mas dificilmente é sustentável a longo prazo.
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- Texto com base em informacoes de reportagem da DW Brasil