O Brasil se destaca globalmente por sua área cheia de riquezas em recursos minerais. Entre os tesouros escondidos, as pedras preciosas ganham relevância, influenciando profundamente o desenvolvimento de diversas áreas desde o período colonial.
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Minas Gerais, por exemplo, recebeu esse nome devido a suas extensas depósitos de minerais, com destaque para o ouro, intensamente explorado durante o ciclo do ouro nos séculos XVII e XVIII.
Além do ouro, o estado se firma como um importante centro de extração de gemas preciosas – estima-se que cerca de 25% da produção mundial desses minerais venha de Minas, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB).
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A maior reserva de cristais conhecida
A mineração de pedras preciosas não se restringe a Minas Gerais. Em Cristalina, cidade próxima ao Distrito Federal, a degradação de cristais de rocha – especialmente o tipo conhecido como cristal lemuriano – se tornou uma marca distintiva. A região detém a maior reserva conhecida desse cristal, conforme a prefeitura local.
Esses cristais, identificáveis por linhas que se assemelham a códigos de barras, atraem turistas, entusiastas místicos e artesões de diversas partes do Brasil e do mundo.
Utilizados em joias, adornos e terapias alternativas, os cristais de Cristalina são valorizados tanto por sua beleza estética quanto por suas alegadas propriedades energéticas.
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História da cidade
A trajetória da cidade está intrinsecamente ligada à descoberta dessas pedras. Desde o final do século XVIII, bandeirantes em busca de ouro e esmeraldas na região encontraram excesso de cristal de rocha.
A partir do final do século XIX, com a chegada de amostras à Europa por meio de franceses, o mineral passou a ter maior reconhecimento comercial.
Esse movimento impulsionou a chegada de garimpeiros, comerciantes e famílias inteiras, formando o Arraial de São Sebastião da Serra dos Cristais – o embrião que, anos depois, originou o município de Cristalina, oficializado em 1917.
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Até hoje, os cristais impulsionaram a economia local. Mais de 45 artesões trabalham no Mercado do Cristal, um centro especializado na comercialização de produtos feitos com pedra.
A atividade envolve não só artesãos, mas também garimpeiros e outros moradores da cidade. Além disso, uma lei estadual sancionada em junho de 2024 consagrou a cidade como a Capital Goiana dos Cristais.
Turismo
O turismo em Cristalina é igualmente impulsionado pelo fascínio em torno dos cristais.
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Os visitantes podem participar de experiências em que têm a oportunidade de garimpar suas próprias pedras – um atrativo que, na visão dos moradores, cria uma ligação singular entre a pessoa e o mineral.
Além disso, o município oferece atrações naturais como cachoeiras, a Serra dos Topázios e a Pedra do Chapéu de Sol.
Economia
Na economia local, a mineração e o turismo focados nos cristais resultaram em algo entre 5% e 10% do PIB da cidade. No entanto, Cristalina ganha relevo também pela pujança do setor agropecuário.
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Com um total de 240 nascentes e mais de 600 sistemas de segurança, a cidade se sobressai como a maior produtora do país de milho-doce e alho de alta qualidade, além de liderar a produção de cebola, feijão e batata na região do Centro-Oeste.
Entre a atividade de mineração tradicional e a força da agricultura, Cristalina demonstra que a riqueza natural do Brasil é muito maior do que o ouro — e segue influenciando identidades, passados e o que está por vir.
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