Estudos indicam que as cores desempenham um papel significativo na forma como percebemos e escolhemos os alimentos. A capacidade de reconhecer cores é essencial para identificar a segurança e até mesmo o sabor esperado de um alimento. Por exemplo, cores vibrantes geralmente indicam alimentos frescos e saudáveis, enquanto tons acinzentados podem sugerir algo estragado​. Nesse sentido, os daltônicos são menos exigentes com a comida, porque o impacto das cores em sua rotina é outro.

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Psicólogos e cientistas descobriram que a cor ativa áreas específicas do cérebro, responsáveis por reconhecer e responder a estímulos visuais ligados à comida, o que pode influenciar tanto a apreciação quanto a rejeição de alimentos​. Isso explica por que muitas pessoas são exigentes com a comida, usando a cor como um dos principais fatores de decisão.

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Por que daltônicos são menos “frescurentos” com comida?

*Fotos: Banco de imagens

Variações na habilidade de reconhecer alimentos

Pesquisas revelam que as pessoas variam em sua habilidade de reconhecer alimentos apenas pela aparência. Testes realizados por cientistas pedem que indivíduos identifiquem pratos entre opções semelhantes ou apontem qual é o “intruso” entre vários pratos. Esse reconhecimento visual é uma habilidade que vai além da capacidade geral de identificar objetos, sendo influenciada também pela familiaridade com o alimento e pela cor.

Curiosamente, as pessoas com atitudes mais restritivas em relação a novos alimentos, uma característica conhecida como neofobia alimentar, apresentam piores resultados nesses testes. Ou seja, quem tem maior relutância em experimentar novos pratos também tem maior capacidade de reconhecer alimentos​.

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O papel das cores na neofobia alimentar

Ao explorar mais profundamente essa relação, os pesquisadores notaram que a cor desempenha um papel crucial nas respostas emocionais à comida. Enquanto alguns cientistas argumentam que o cérebro responde à comida de forma independente da cor, estudos mais recentes indicam que a cor é essencial para a experiência alimentar completa. Sem a cor, indivíduos cometem mais erros ao tentar reconhecer alimentos, e o vínculo entre a neofobia alimentar e a habilidade de reconhecimento de alimentos desaparece​.

Daltônicos e a relação com novas comidas

A partir desses resultados, uma hipótese interessante foi levantada: pessoas daltônicas, que experimentam o mundo com uma paleta de cores mais restrita, seriam menos avessas a alimentos novos. Isso porque os sinais visuais que normalmente indicam frescor ou segurança nos alimentos seriam menos perceptíveis para elas. Estudos realizados com homens daltônicos confirmaram essa suposição, mostrando que eles são menos propensos a apresentar neofobia alimentar e até mesmo relataram níveis mais baixos de nojo em relação a certos alimentos​.

Conclusão: cor e emoções no reconhecimento alimentar

A cor não apenas ajuda a identificar o frescor ou o estado de cozimento dos alimentos, mas também desperta respostas emocionais importantes, como prazer ou repulsa. Isso sugere que intervenções focadas em alterar a percepção de cor podem ajudar a mitigar casos extremos de neofobia alimentar.

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*Texto adaptado de um artigo de Isabel Gauthier, professora de Psicologia na Universidade de Vanderbilt, que foi publicado no “The Conversation”, sob licença de livre reprodução.

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