O dia 3 de dezembro de 2000 entrou para a história do tênis brasileiro e mundial. Gustavo Kuerten derrotou Andre Agassi por triplo 6/4 na final da Masters Cup de Lisboa e alcançou a posição de número um do mundo.

Continua depois da publicidade

A conquista de Guga será o assunto principal do Debate Diário desta quinta-feira (3), a partir das 11h. Acompanhe pelo 91.3 FM, 740 AM, site da CBN Diário ou pelo aplicativo NSC Total. 

– Tudo foi fantástico nessa história, é bem coisa da Ilha da Magia. Ganhar de Sampras e Agassi, numa semifinal e final, ninguém tinha feito – disse Guga no Debate, como sempre emocionado e contagiante.

Então bicampeão do Aberto da França – o tri em Roland Garros viria em 2001 -, Guga chegou a colocar em dúvida sua participação no torneio que reunia os melhores da temporada, em função das dores. Para piorar, a disputa era em quadra rápida, e não no saibro dominado pelo catarinense.

> Instituto Guga Kuerten completa 20 anos de fundação

Continua depois da publicidade

Na estreia, Guga acabou derrotado por Andre Agassi – sim, ele mesmo – por 4/6, 6/4 e 6/3. Não foi eliminado. Na Master Cup, os oito melhores do planeta foram divididos em dois grupos de quatro. Mas as dores eram um obstáculo:

– Eu saí arrastado. A mãe deitou comigo, ficou até cinco da manhã, preocupada com o filho, não com o tenista. Acordei no outro dia contaminado com essa ternura e carinho de mãe – lembra Guga.

As pessoas ainda se sentem parte desse feito, se emocionam. Isso é fascinante

O catarinense derrotou o russo Yevgeni Kafelnikov, seu algoz nas Olimpíadas de Sydney, meses antes, por 6/3 e 6/4, e o sueco Magnus Norman (7/5 e 6/3), classificando-se para as semifinais.

O desafio agora era o norte-americano Pete Sampras, ex-número um do mundo por 286 semanas. Então terceiro no ranking, Sampras ganhou o primeiro set no tie-break. Guga virou nos dois sets seguintes, 6/3 e 6/4, e o Brasil teve um tenista na final da Masters Cup pela primeira vez.

Continua depois da publicidade

– O Sampras era de outra galáxia, inabalável – recorda Guga.

Depois dessa vitória de virada, Guga chegou à final confiante. A decisão marcou o reencontro com o ídolo de infância, Andre Agassi. Nem ele poderia parar Guga naquele domingo. Um triplo 6/4, para não deixar dúvidas, garantiu a conquista inédita para o tênis brasileiro. O manezinho estava iluminado, como se todo o Brasil jogasse com ele:

Encaixei a bola mais perfeita da carreira, na final

Ídolos do esporte homenageiam Guga em vídeo (Grupo Guga Kuerten, divulgação):

Para o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Rafael Westrupp, Guga fez algo que era simplesmente intangível:

– Um simbolismo que foi além do número um de fato. Representou uma quebra de paradigma, transformando o que era impossível em uma realidade. Fez toda uma geração de esportistas, não só tenistas, acreditarem em seus potenciais.

Continua depois da publicidade

Westrupp se orgulha de ter sido “sparring partner”, um tenista que ajuda a simular situações de jogo, de Guga.

Ouça os debates anteriores:

Destaques do NSC Total