Beatriz Segall dizia que ter feito Odete Roitman em Vale Tudo foi um presente que ninguém na televisão brasileira tinha recebido. A atriz que morreu em 2018 não imaginava que a novela ganharia um remake em 2025, nos 60 anos da TV Globo.
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Quando o remake foi anunciado, a cada escalação dos vários personagens icônicos de Vale Tudo, o público ia vibrando ou se decepcionando. Taís Araújo como Raquel sempre foi festejada como uma ótima opção, já Bella Campos foi rejeitada antes mesmo de gravar a primeira cena como Maria de Fátima.
O que os telespectadores mais se perguntavam era quem iria fazer o papel de Odete Roitman, a vilã das vilãs. Por algum tempo, se falou que o papel caberia à Fernanda Torres. Como a atriz acabou optando por fazer Ainda Estou Aqui (e ainda bem), a missão de viver Odete caiu no colo de Debora Bloch.
Com anos de experiência e uma carreira consolidada, nunca se questionou a capacidade de Debora como atriz, mas sim se era a melhor pessoa para fazer uma personagem tão icônica. Quando as chamadas de Vale Tudo começaram a ser veiculadas, um susto.
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Debora Bloch parecia fora do tom, o texto estava estranho e Odete Roitman parecia mais uma paródia da própria Odete. A chamada em que ela dizia “podem se acalmar meus amores, Odete Roitman chegou” parecia uma esquete que o extinto Casseta & Planeta fazia das novelas da Globo.
Como a vilã demora a entrar na novela, a audiência só conseguiu conferir a atuação de Debora no final de abril. O capítulo foi um evento. Ao contrário do que a chamada parecia mostrar, ela estava bem. Odete já chegou chamando atenção.
Em pouco tempo, Manuela Dias fez ela virar uma devoradora de amantes. Debora foi emprestando um pouquinho de tudo que fez na carreira para a personagem. Um leve toque de humor, uma elegância, uma humanidade.
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Odete ganhou as redes sociais e virou a “loba” que todos amavam. Falava os maiores absurdos e todo mundo concordava com ela. Estávamos amando a vilã. Aos poucos, Odete foi ficando mais cruel, e mesmo assim, ela continuava querida pelo público.
A crítica chegou a dizer que Manuela Dias tinha feito a versão soft de Odete Roitman. Até que quando Heleninha (Paolla Oliveira) teve uma piora no vício, a vilã das vilãs apareceu. Debora Bloch começou a brilhar e não parou mais.
Das cenas da grande virada da novela, quando Raquel rasga o vestido de noiva de Maria de Fátima, até às recentes, Odete Roitman domina a novela. As duas tramas que a envolvem atualmente não existiram na versão original.
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A poderosa de 1988 não teve um filho com leucemia e nem escondia um filho com deficiência. Se Beatriz Segall tinha a seu favor o texto meticuloso de Gilberto Braga, Debora tem o fator surpresa das atualizações de Manuela Dias.
E é isso que ela vem fazendo: surpreendendo. Debora Bloch conseguiu o que parecia impossível. Não criou uma cópia de Odete, não é melhor, nem pior do que a da versão original. A atriz criou uma nova Odete, tão memorável quanto, que também entra para galeria dos grandes personagens da teledramaturgia brasileira.
Veja as principais reações às cenas de Odete Roitman em Vale Tudo
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