Pesquisadores descobriram que os periquitos-monges não se aproximam de estranhos de forma impulsiva. Assim como os humanos, eles agem com cautela, observando e avaliando riscos antes de transformar desconhecidos em amigos.
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A pesquisa, conduzida por cientistas da University of Cincinnati, revela que a construção de vínculos entre essas aves segue um padrão gradual, que envolve aproximação lenta, convivência progressiva e, só depois, comportamentos de intimidade como a limpeza das penas e a partilha de alimento.
Primeiros contatos: a arte de “testar as águas”
O momento inicial entre dois periquitos que nunca se viram é marcado por distância e observação. Em vez de contato direto, eles mantêm espaço, monitoram os movimentos do outro e se aproximam apenas em pequenos passos. Esse comportamento reduz o risco de agressões imediatas.
Segundo os pesquisadores, esse cuidado é essencial porque aproximações precipitadas podem desencadear reações violentas. Um periquito que não aceita a atenção de um estranho pode responder com bicadas e disputas territoriais, colocando ambos em perigo.
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O estudo mostrou que, quando a ave recém-chegada respeita esse tempo de adaptação, as chances de evoluir para interações positivas aumentam significativamente. A prudência inicial funciona como uma espécie de “filtro social” natural.
Da convivência à amizade verdadeira
Após os primeiros contatos seguros, os periquitos começam a dividir o mesmo espaço com mais frequência. Eles passam a pousar próximos, toleram a presença do outro por mais tempo e demonstram sinais claros de familiaridade.
Com o avanço da confiança, surgem comportamentos mais íntimos, como o alisamento das penas, uma forma de cuidado que fortalece os laços sociais. Em alguns casos, as aves também passam a compartilhar alimento e até formar pares reprodutivos.
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Essas relações duradouras são especialmente comuns na espécie periquito-monge, conhecida por desenvolver vínculos estáveis com poucos parceiros. Esses laços estão associados à redução do estresse e ao aumento do sucesso reprodutivo.
Um padrão social que vai além das aves
A análise de mais de 179 relações entre os periquitos-monges revelou um padrão consistente de evolução dos vínculos, confirmado por ferramentas computacionais e modelos estatísticos. Os resultados foram publicados na revista científica Biology Letters.
Curiosamente, esse mesmo comportamento gradual já havia sido observado em outras espécies sociais, como morcegos-vampiros, que também começam com pequenas interações antes de avançar para trocas mais complexas, como o compartilhamento de alimento.
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Para os cientistas, a semelhança com o comportamento humano é impressionante. Assim como nós, os periquitos demonstram que fazer amigos não é um ato impulsivo, mas um processo delicado, construído passo a passo, com cautela, observação e confiança mútua.
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