A pequena Yasmin, de 11 anos, luta contra o câncer desde os 5. Após combater a doença com cirurgias, sessões de quimioterapia e transplante de medula, o tumor retornou e um novo tratamento foi iniciado. Desta vez, a opção seria medicar a menina com remédios importados e que custam R$ 2,5 milhões. A família conseguiu que o Estado do Paraná pagasse a medicação e uma empresa de Joinville foi contratada pela importação. O valor, porém, pode ter sido desviado.
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Segundo informações da reportagem do Fantástico, o escritório Bandeira Advogados, de Foz do Iguaçú, foi responsável por listar para a Justiça as empresas que poderiam fazer a importação. Eles trabalharam para a família de Yasmin sem cobrar honorários.
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A partir disso, foi verificado que o melhor preço era da empresa Blowout Distribuidora, Importação e Exportação eirelli, que tinha o endereço registrado em Joinville. Contratada, a empresa catarinense deveria fazer a compra e entrega dos medicamentos Danielza e Leukine.
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— Não se sabe ainda por quê, eles contrataram um segunda empresa importadora que ficou de adquirir essas medicações e levar até à menina Yasmin, à família dela e entregar no hospital — diz a delegada que investiga o caso, Thais Regina Zanatta.
De seis ampolas do medicamento Danyelza encomendadas, apenas uma chegou ao hospital para Yasmin. Além disso, outro remédio, o Leukine, precisou ser retirado pela própria família direto no Aeroporto de Cascavel, cidade onde mora.
— Das sessenta caixas do Leukine que a gente precisava, chegou só dez. E não chegou o Leukine, chegou um genérico, com vencimento agora para junho — destacou a mãe de Yasmin, Danyele Aparecida Campos.
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A Polícia Civil de Cascavel pediu o bloqueio das contas da empresa Blowout e terceirizada, a LH Comércio de Medicamentos ltda. Conforme as investigações, as contas da LH tinham R$ 17 mil, enquanto as da Blowout estavam zeradas.
Equipes da NSC TV foram até o endereço registrado como sede da Blowout em Joinville, mas foram informadas que a empresa não trabalha mais no endereço. Uma empresa de logística funciona no local e informou que recebia os produtos da empresa, mas que o contrato teria sido cancelado em setembro do ano passado.
A defesa de Polion Gomes Reinaux Gomes, dono da Blowout, informou ao Fantástico que, no caso dos remédios de Yasmim, a empresa joinvilense não tem ligação com a importadora terceirizada e que todos os eventos para aquisição dos medicamentos foram documentados nos autos, inclusive pelo contrato, notas fiscais, fechamentos de câmbio.
A LH informou em nota que a Blowout solicitou apenas duas unidades do naxitamabe, o nome científico do Danyelza e o genérico do Leukine, totalizando 12 unidades. A empresa diz ainda que a Blowout não fez os pagamentos de forma correta, o que atrasou a entrega dos produtos.
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Em um vídeo da audiência virtual obtido pelo Fantástico, Polion afirmou na última quinta-feira (13) que os remédios seriam entregues.
— Entre hoje e amanhã a liberação do medicamento Danyelza e no procedimento até quinta-feira do Leukine — diz em vídeo.
No dia seguinte, a Blowout entregou à Justiça um documento que propõe devolver o dinheiro em 18 prestações. Os medicamentos foram avaliados em R$ 2,5 milhões. Ainda de acordo com o Fantástico, Polion já foi preso em 2015 por se apropriar de equipamentos hospitalares no Rio de Janeiro.
— Inicialmente estão sendo apurados os crimes de estelionato, uma possível adulteração de medicamento, porque a gente não sabe que circunstâncias que aconteceram essa importação dessa medicação. Também o crime de organização criminosa e lavagem de capitais. Somadas, essas penas podem chegar até 40 anos de prisão — diz a delegada ao Fantástico.
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