Os impactos da crise climática estão cada vez mais evidentes. Regiões como a África têm sido fortemente atingidas por eventos extremos, que afetam tanto a população quanto a economia local, agravando desigualdades e dificultando o desenvolvimento.

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Em breve, será realizada mais uma edição da COP, conferência da ONU sobre o clima. Os 197 países-membros devem apresentar seus planos nacionais atualizados com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, como determina o Acordo de Paris.

Esses planos são fundamentais para mostrar como cada nação pretende enfrentar a crise climática. Porém, nas últimas conferências, não foram raros os casos de atrasos ou falta de entrega por parte dos países.

Planos são chave para ação global

As contribuições nacionais servem como base para metas climáticas de curto e médio prazo. Segundo especialistas, se bem planejadas, essas medidas podem até tirar cerca de 175 milhões de pessoas da pobreza.

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Apesar disso, o progresso ainda é limitado. De todos os planos já apresentados, apenas o do Reino Unido está alinhado com o que foi acordado no Acordo de Paris.

Aquecimento global já passou de limite crítico

O relatório Indicadores de Mudanças Climáticas Globais monitora anualmente as emissões de gases poluentes, a concentração desses gases na atmosfera e seus impactos nas temperaturas globais.

O estudo também leva em conta extremos climáticos, como ondas de calor, aumento das chuvas e elevação dos oceanos. Uma das principais métricas é o chamado “orçamento de carbono”, que calcula quanto CO₂ ainda pode ser liberado antes de cruzarmos a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

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A má notícia é que, segundo o relatório, o aquecimento provocado pelas atividades humanas chegou a 1,36°C em 2024. Como resultado, a média global de temperatura subiu para 1,52°C, ultrapassando o limite ideal para evitar os piores efeitos da mudança climática.

Ações urgentes são necessárias

Para que os países consigam criar planos eficazes, o acesso a dados climáticos confiáveis é essencial. Além disso, é esperado que as nações mais ricas, que historicamente mais poluíram, assumam a liderança com medidas ousadas e também ofereçam apoio financeiro aos países em desenvolvimento.

Até o momento, apenas cinco membros do G20 (Brasil, Canadá, Japão, EUA e Reino Unido) entregaram suas metas para 2035, mesmo o grupo sendo responsável por cerca de 80% das emissões globais.

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Outro dado preocupante é que só 10 dos planos entregues até agora mencionam de forma clara a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis, um dos principais motores do aquecimento global.

Com a COP30 se aproximando, cresce a expectativa por ações mais firmes por parte da União Europeia, China e Índia, três gigantes que podem fazer diferença na tentativa de manter as metas climáticas ainda viáveis.

O futuro do clima global dependerá do quanto esses e outros países estão dispostos a transformar compromisso em ação. A janela para evitar os piores cenários está se fechando, e o prazo é curto.

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