O anúncio da aposentadoria de Tim Duncan, na mesma temporada que Kobe Bryant se despediu, abre um rombo nas quadras de basquete. Além da genialidade técnica, ambos deixam um legado cada vez mais difícil de encontrar em qualquer modalidade: foram fiéis a uma única equipe.
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Duncan imortalizou a camisa 21 do San Antonio Spurs com cinco títulos em 19 temporadas. Kobe foi o astro-rei dos Los Angeles Lakers durante duas décadas, também com cinco títulos. Infelizmente, Kobe e Duncan parecem ser os últimos grandes ídolos de uma única torcida na NBA. Dos três maiores astros do momento, LeBron James já tem títulos por Miami Heat e Cleveland Cavaliers. Kevin Durant acaba de agitar o mercado de transferências, anunciando a saída do Oklahoma City Thunder para o Golden State Warriors. Como a esperança é a última que morre, vamos acreditar que Stephen Curry se torne um herói da resistência.
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Mudando de esporte e viajando para a Europa, vamos falar de outro representante dessa classe em extinção: a magnitude do Messi, sem dúvida o maior do futebol nos anos 2000, se amplifica ainda mais por sua postura. Tudo leva a crer que ele será o craque de uma única camisa. Aliás, Messi será mais imortalizado como camisa 10 do Barcelona do que pela própria Argentina – um roteiro dramático que merece um artigo a parte…
No cenário nacional, a previsão é pessimista. Ouso dizer que Rogério Ceni, no São Paulo, foi o ¿Último dos Moicanos¿. Com o assédio da Europa e da China, nem mais os goleiros resistirão: Alisson já deixou o Inter, e Grohe, mesmo com contrato até 2020, sempre está cotado para deixar o Grêmio.
Como é comum ver o beijo na camisa na apresentação oficial do clube. Passado um tempo, a cena se repete, mas agora para outra torcida que, momentaneamente, acredita que aquela paixão será para sempre.
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E que fique claro que não é uma crítica pessoal a ninguém. É um fluxo econômico natural desde que o esporte passou a ser um negócio comercial como outro qualquer. Agora que, do ponto de vista do amor que move torcidas, essa nova tendência é um gol contra, isto é.
Não é uma questão de ser saudosista até porque é um movimento que não tem volta. De qualquer forma, tenho inveja dos torcedores que podem dizer adeus a um ídolo com nome e sobrenome: tchau Kobe dos Lakers, obrigado Duncan dos Spurs.
*ZHESPORTES