Quando alguém fala em novelas de Manoel Carlos, História de Amor não é a primeira opção que as pessoas puxam na memória. Laços de Família, Mulheres Apaixonadas e Por Amor costumam serem mais lembradas, pelo sucesso que fizeram e pelo fato de serem novelas das nove.
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Isso não tira o mérito de História de Amor, uma novela das seis, exibida originalmente em 1995, e que teve índices tão satisfatórios que fizeram o autor migrar para o horário nobre.
Em sua quarta reprise na televisão, a novela da primeira Helena de Regina Duarte segue como um dos maiores acertos de Maneco. Sem nenhum grande acontecimento, é uma novela do cotidiano e das complicadas relações familiares que todos nós podemos ter.
A graça fica por conta da forma como Manoel Carlos constrói isso, com diálogos de tirar o fôlego e muita emoção. História de Amor funciona quase como um ensaio para os temas que viriam a ser frequentes nas novelas do autor.
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Tem história de mãe e filha, que virou marca registrada dele, principalmente em Por Amor e Laços de Família. Tem o merchandising social, com as tramas de Assunção (Nuno Leal Maia) e Marta (Bia Nunnes), que ele iria intensificar cada vez mais nas outras novelas.
E tem o apreço sensível de Maneco para escrever personagens femininas incríveis. O fato de ter Helena protagonista, não é limite para o autor não ir criando outras mulheres fortes e intensas em suas novelas.
Em História de Amor ele faz isso com Sheila (Lilia Cabral), Olga (Yara Cortes), Paula (Carolina Ferraz), Zuleika (Eva Wilma) e tantas outras.
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Alguns anos depois ele faria uma novela que teria as mulheres como mote central, Mulheres Apaixonadas em 2003 é sobre isso. História de Amor também traz o Rio de Janeiro mais poético de Maneco, sem o luxo do Leblon e com a graciosidade dos bairros como o Jardim Botânico.
O Rio de Janeiro do calçadão, da feira, da pracinha, do Cosme Velho, do shopping center e do centro da cidade. O Rio dos prédios, dos síndicos, dos porteiros, das bancas de revista e das lanchonetes. A novela é o passeio mais verdadeiro do autor pelas ruas da cidade que tanto ama.
E como História de Amor combina com o horário da tarde. Tem o ritmo do café com bolo, da conversa com a vizinha e do abraço de avó. Tudo isso sem perder a força de um novelão cheio de reviravoltas, revelações e muitos triângulos amorosos.
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História de Amor chega ao último capítulo da quinta reprise nesta sexta-feira (12), mais uma vez cumprindo seu papel de cativar e embalar o público. Sai com apenas um gostinho amargo, o da lembrança de como Manoel Carlos não deixou sucessores e de como suas novelas fazem falta na televisão brasileira.
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