A ex-primeira-dama da Argentina concretizou a denúncia de violência física e assédio contra Alberto Fernández nesta segunda-feira (12), no Consulado argentino de Madri, na Espanha, segundo informações do g1.

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Fabiola Yáñez solicitou que fosse autora do processo, além de afirmar que as agressões do ex-marido tiveram início em 2016. Ela o acusa de lesões graves e abuso de autoridade.

Ex-primeira-dama da Argentina revela agressões do ex-presidente Alberto Fernández

Ela diz que foi vítima de “lesões graves duplamente qualificadas pelo vínculo e perpetradas no quadro da violência de gênero com abuso de poder e autoridade”, em um documento de 20 páginas, onde também forneceu detalhes sobre os repetidos atos de violência. Além disso, a ex-primeira-dama quer que Fernández responda pelas ameaças coercitivas que fazia à ela.

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Aberto na semana passada, a primeira denúncia do processo contra Alberto Fernández era por ferimentos leves. A defesa de Fabiola discorda da classificação.

O documento consta que Yáñez teria sofrido “atos de assédio, maus-tratos e desprezo” desde 2016, bem antes da campanha eleitoral que elegeu e levou Alberto Fernández à Casa Rosada. Uma das agressões ocorreu em um apartamento de Puerto Madero, que Pepe Albistur, empresário argentino, teria emprestado ao ex-marido.

Fernández nega acusações

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández segue negando as acusações de violência doméstica contra a ex-esposa. Segundo ele, o olho roxo que é registrado por Yáñez em uma foto a fim de provar a agressão é fruto de um “tratamento estético contra rugas”. Ele fez a afirmação para o jornalista Horacio Verbitsky, do site “El Cohete a La Luna”, que o entrevistou.

Na mesma entrevista, em uma tentativa de provar a inocência, Fernández também usou o tratamento de fertilidade feito por Yáñez.

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— Se eu sou um agressor, por que ela se submeteu a um tratamento de fertilidade para que tivéssemos um filho? — disse.

Os dois tem um filho de dois anos.

De acordo com Fabiola, as agressões aconteceram enquanto Fernández era presidente da Argentina, ou seja, entre 2019 e 2023. Mesmo assim, elas só vieram a conhecimento público na semana passada, quando Yáñez fez a denúncia em uma videoconferência com o juiz federal Julián Ercolini. Imediatamente, o juiz ordenou que o ex-presidente não se aproxime dela e também não deixe o país.

A ex-primeira-dama compartilhou, ainda, que era agredida fisicamente quando o ex-casal vivia na Quinta de Olivos, residência oficial da presidência argentina. Fernández comandou o país entre 2019 e 2023.

Em nota publicada nas redes sociais do ex-presidente, ele negou as acusações. Ainda segundo ele, irá apresentar à Justiça “as provas e testemunhos que evidenciarão o que realmente aconteceu”.

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Foi na quinta-feira (8) que as fotos da ex-primeira-dama com hematomas no braço e no rosto foram expostas pelo site de notícias argentino Infobae. Em troca de mensagens com o ex-marido, ela diz que foi agredida durante três dia consecutivos.

Em outra mensagem, ela escreveu: “Isso não funciona assim, você me agride o tempo todo. É insólito. Não pode me fazer isso quando eu não te fiz nada. E tudo o que tento fazer com a mente centrada é te defender, e você me agride fisicamente. Não há explicação”.

Em razão da denúncia, a Justiça argentina fez uma operação de busca e apreensão no apartamento do ex-presidente nesta sexta-feira (9). Na ocasião, um celular foi confiscado.

Conforme a imprensa argentina, tal ação quer averiguar se o ex-presidente permaneceu “assediando” a ex-parceira depois de receber a notificação de que deveria permanecer longe.

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Quando a operação aconteceu, Fernández se encontrava no apartamento, junto do meio-irmão Pablo Galindez e de algumas pessoas. O caso segue sob sigilo, e esta é a primeira medida adotada no caso.

As mensagens

As conversas expostas pelo site argentino Infobae mostraram o ex-presidente pedindo para que a mulher parasse de discutir, e justificou que eles entravam em brigas “por causa dos outros”. No fim desta mensagem, ele escreveu: “Por favor. Venha”.

Logo depois, Yáñez disse: “Você está me agredindo novamente. Você está louco”. A isto, Fernández respondeu que se sentia mal. Depois que Fabiola falou que ele a estava agredindo há três dias, ele respondeu: “Estou com dificuldade para respirar. Por favor, pare. Estou me sentindo muito mal”.

Ainda conforme o site argentino, Yáñez encaminhava as fotos a Fernández contestando as atitudes violentas. “E quando você me sacudiu pelos braços, me deixou hematomas. Isso é quando você me sacudiu.” Ela mandou uma foto a ele com o olho roxo, e escreveu para o ex-marido, o ironizando: “Isso foi quando você me bateu sem querer.”

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As mensagens foram descobertas devido a outro caso, que investiga supostos atos de corrupção cometidos na gestão de Fernández, e também é conduzido pelo juiz federal Ercolini. A ex-primeira-dama e a secretária particular do ex-presidente, María Cantero, conversaram sobre as agressões.

Isso foi descoberto porque o celular de Cantero foi periciado pela Justica devido ao caso do suposto tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa.

Agora, o próximo passo a acontecer no processo é o depoimento da ex-primeira-dama, que deve ser em breve, de acordo com a publicação do site argentino.

Fabiola tem 43 anos, e Fernández tem 65. Eles permaneceram casados durante todo o mandato, e tiveram um filho em 2022, que se chama Francisco. Atualmente, Yáñez vive em Madri com o filho, e Fernández reside em Buenos Aires.

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Veja fotos da ex-primeira dama

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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