Menos esforço, mais felicidade: o segredo nórdico que a ciência explica

A Finlândia foi declarada o país mais feliz do mundo pelo oitavo ano consecutivo, de acordo com o Informe Mundial da Felicidade da ONU. A jornalista Ana Morales compilou as lições após assistir ao documentário Finlândia, o País Mais Feliz.

O grande segredo nórdico vai além dos hábitos tradicionais, como a regra 8-8-8 e o uso da sauna. A ideia essencial é um estado de bem-estar baseado em “facilitar o dia a dia” e abraçar a simplicidade, associada à eficiência.

Agir como se a tarefa fosse fácil

A sociedade, por muito tempo, vangloriou a “cultura do esforço árduo”. Oliver Burkeman, autor de Meditações para mortais, explica que existe um “falso encanto pelo esforço” que precisamos começar a superar.

Ele diz que nem tudo o que é difícil precisa, necessariamente, ser meritocrático. Acreditar que tarefas importantes requerem muito esforço pode dificultar a superação delas.

Em vez de tentar reunir motivação ou autodisciplina, você deve mudar o jogo se perguntando: “e se essa tarefa for fácil?”. Portanto, adote a mentalidade de que “isso fosse mais fácil do que eu pensava”.

A lei do menor esforço

Embora nos ensinem a trabalhar duro, a natureza do nosso cérebro é diferente. James Clear, em Hábitos atômicos, explica que “a energia é valiosa e o cérebro está programado para conservá-la quando é possível”.

Essa é a “lei do menor esforço”, a qual estabelece que as pessoas tenderão a escolher a opção que requer a menor quantidade de trabalho. É o que explica nossa tendência de passar tempo “rolando pelas redes sociais”.

Por isso, Clear aconselha simplificar e eliminar “pontos de resistência” ao implementar novos hábitos. “Quanto menos resistência tiver que enfrentar, mais fácil será trazer sua força à tona”, garante o especialista.

A dica prática é preparar seu ambiente. Se quer fazer exercícios, prepare as roupas antes. Se quer trocar o celular por livros, tire o telefone do cômodo e ponha o livro na cabeceira, facilitando a escolha.

Criar espaços facilitadores

A psicóloga Cristina Martínez afirma que “ambientes organizados e com luz natural melhoram a concentração e reduzem os níveis de ansiedade”. Ela destaca os “espaços facilitadores” que promovem o equilíbrio entre produtividade e bem-estar.

Estudos comprovam que trabalhar em espaços bem cuidados aumenta a produtividade em até 15%, segundo o British Journal of Management. Este conceito se liga ao “design ambiental” de James Clear.

O design ambiental consiste em otimizar os ambientes para realizar as ações de forma mais simples. Ao decidir onde praticar um novo hábito, escolha um lugar que já esteja em seu caminho diário.

É mais fácil construir hábitos quando eles se encaixam no fluxo da vida. Por exemplo, ir à academia no trajeto para o trabalho “não vai adicionar muita tensão ao seu estilo de vida”.

A proposta é eliminar os pontos de resistência, o que inclui organizar a casa para reduzir o caos e os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Martínez sugere a “regra do 1×1”: “Toda vez que algo novo entrar na sua vida, seja roupa, decoração ou qualquer outro item, certifique-se de que algo antigo saia”.

Comece organizando pequenos espaços administráveis, como uma gaveta. Resultados rápidos e motivadores facilitam manter o hábito e estendê-lo a outras áreas do lar, conclui a especialista.

Agora que você já leu sobre a felicidade, veja o ranking dos países mais felizes do mundo e saiba a posição do Brasil.