Desde o início do ano, os moradores do Morro Pedra de Listras, no Saco Grande, em Florianópolis, vivem com uma ponte improvisada na principal via do bairro. A estrutura antiga foi destruída pela chuva em janeiro e prejudicou o acesso ao morro para pelo menos 30 famílias. A Associação de Moradores fez uma estrutura provisória de madeira para a passagem de pedestres até que a prefeitura construa uma nova ponte.
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Carros, ônibus e caminhões precisam acessar a única rua que dá acesso ao morro sem ser pela ponte, por meio da Servidão José Cândido Amorim. O problema é que a via é estreita, cheia de buracos e de difícil acesso.
Leandro Leite Corrêa, 32 anos, tem um mercado do outro lado da ponte na Rua Pedra de Listras e há quatro meses acumula prejuízos. Os fornecedores não conseguem subir a servidão estreita e, com isso, não entregam os produtos.
— Eu tenho que fechar o mercado e descer na SC-401 para pegar as mercadorias porque não tenho como ficar sem. Tem vezes que eu não posso ir e as mercadorias voltam. Eu pago um monte de imposto e estou sendo prejudicado. Não sei como vou fazer, porque pra mim tá complicado, estou pensando em fechar — lamenta.
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Angélica Rodrigues, 34, mora no alto da via e, quando precisa ir para casa na hora do almoço, prefere deixar o carro no pé do morro e subir caminhando, já que pela ponte o acesso é mais rápido que pela servidão.
— A outra rua fica perto, mas ela é estreita e como é a única via em que passa carro e caminhão, já tá cheia de buracos e não passam dois carros, tem que passar um de cada vez. Para nós é horrível.
Até os serviços de transporte escolar, caminhão do lixo e dos Correios estão sendo prejudicados. Segundo Angélica, tem empresas que estão deixando de entregar as encomendas dos moradores por falta de acesso pela ponte.
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Maria Fabiana de Liz, 38, fiscal da associação, conta que os moradores, cansados de esperar, até se propuseram a construir a ponte caso a prefeitura desse o material:
— A prefeitura disse que essa obra não era urgente devido ter o outro acesso, mas quem mora aqui está perdendo a paciência.
Obra emergencial vai custar R$ 300 mil
Luiz Eduardo Machado, diretor da Defesa Civil de Florianópolis, informa que o setor técnico da prefeitura esteve no local nesta quarta-feira, 9, para ver a possibilidade de fazer a obra com dispensa de licitação. Machado explica que, pela lei, as obras emergenciais devem ser concluídas em até seis meses após o estrago. Como a ponte ruiu no início de janeiro, a prefeitura tem até o dia 10 de julho para entregar a nova estrutura. Caso contrário, o serviço precisaria ser licitado, o que leva cerca de três meses só para contratar a empresa.
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— Fizemos um chamamento público e fomos com as empresas ver a viabilidade técnica. A empresa vencedora com o menor preço topou fazer o serviço porque tem tempo para isso e começamos a obra na segunda-feira — garante.
O projeto da nova ponte prevê a construção das cabeceiras em pedra e concreto e a estrutura pré-moldada, que voltará a receber o tráfego de ônibus e caminhões depois de concluída. A empresa VMW, de Florianópolis, receberá R$ 300 mil para a obra.
Machado comenta que das oito pontes destruídas pelas chuvas em janeiro, apenas duas ainda não foram reconstruídas, entre elas a da Pedra de Listras, que estava no final da lista de prioridades, pois a comunidade possui outro acesso.
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— Nós não temos como começar tudo de uma vez só, priorizamos as áreas que estavam isoladas, a área da Pedra de Listras não está isolada, eles conseguem dar a volta pelo outro acesso.
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