Depois de uma pandemia avassaladora, um Brasil rachado e um processo eleitoral
traumático, o país da bola pôde sorrir e se abraçar outra vez. Que beleza!
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Os dois gols de Richarlison tiraram do peito até do brasileiro mais cético, aquele grito contido e tantas vezes abafado, pelo abismo das diferenças que nos separam. E como foi
bom gritar!
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O primeiro gol (de canela sim, e daí?) veio para dar o alívio necessário a um time que dominava, mas ainda não tinha conseguido furar a forte defesa da Sérvia. E também para nos certificar de que o dono da camisa 9 da vez, estaria atento a cada palmo de campo que a bola percorresse, para encontrá-la então na hora e no lugar certo, e então dar a ela o seu destino final. E ele estava.
Já no segundo, um gol que poderia até ter a sua exibição proibida pelo país sede, tamanha a embriaguez causada pela plasticidade do lance. Um voleio de almanaque, depois de uma matada errada, é verdade, mas devidamente corrigida com a magia que, só quem nasceu nesse pedaço de terra polarizada no Sul da América do Sul, tem. GO-LA-ÇO!
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Resumo do pagode: 2×0 e a certeza de termos visto em campo um time (e um banco) com o chamado DNA brasileiro. Que vencedor ou não, tem as características que fizeram essa camisa amarela ser respeitada e venerada pelo mundo. E que nos deixam cheios de esperança para o que ainda está por vir.
Mas claro, como tudo estava bom demais para ser verdade, a notícia da lesão do nosso astro mór Neymar, e também do lateral Danilo, vieram para nos mostrar que nunca será tão fácil assim ser brasileiro. Apesar de ser bom demais.
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