A chamada “inflação do aluguel” terminou 2025 no campo negativo, e isso naturalmente levanta uma dúvida entre inquilinos e proprietários: afinal, o que muda no valor do aluguel com a queda do IGP-M?

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) fechou dezembro com recuo de 0,01% e acumulou deflação de 1,05% no ano, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na prática, o resultado indica que, em média, os preços acompanhados pelo indicador ficaram mais baixos ao longo de 2025, após um período de oscilações.

Esse movimento de queda reflete um cenário econômico mais contido, marcado pela desaceleração da atividade global, maior cautela nos mercados e menor repasse de custos ao longo da cadeia produtiva. A melhora das safras agrícolas também ajudou a reduzir os preços de matérias-primas, contribuindo para a pressão negativa sobre o índice.

O principal responsável por esse comportamento foi o atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M, caiu 3,35% no acumulado do ano. Em dezembro, o recuo foi puxado especialmente pelas matérias-primas brutas e pelos bens intermediários, enquanto os bens finais tiveram alta discreta.

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Já os preços ao consumidor seguiram uma dinâmica diferente. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no cálculo, registrou alta moderada ao longo do ano, pressionado principalmente por serviços e despesas ligadas à habitação. Educação, transportes e lazer também contribuíram para manter a inflação em níveis positivos nessa etapa da economia.

Outro componente do índice, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), avançou 6,01% em 12 meses, refletindo reajustes salariais e custos operacionais no setor, mesmo com alguma desaceleração nos preços de materiais.

Mas, afinal, o aluguel vai cair?

A resposta é: depende do contrato. Nos contratos que ainda utilizam o IGP-M como indexador, o reajuste anual tende a ser menor e, em alguns casos, pode até resultar em redução do valor, desde que essa possibilidade esteja prevista. No entanto, muitos contratos mais recentes migraram para o IPCA, que continua em trajetória de alta.

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Além disso, fatores como oferta e demanda de imóveis, renegociações e valores praticados no mercado pesam tanto quanto o índice de inflação. Por isso, mesmo com o IGP-M em queda, o alívio no bolso nem sempre é automático, e, em muitos casos, pode sequer chegar.

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*Com informações do g1

**Sob supervisão de Pablo Brito