As ondas de calor não estão só no ar – os oceanos também sofrem com temperaturas extremas, e isso está degradando a costa brasileira. Um estudo da UFSC revela que o problema vem se agravando desde 2016.
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Pesquisadora analisou dados de 20 anos e descobriu que fenômenos triplos (calor, acidificação e falta de clorofila) agora ocorrem quase todo ano.
O artigo publicado na Nature Communications mostra que o Atlântico Sul está especialmente vulnerável. Monitorando regiões próximas ao Brasil e África, cientistas viram mudanças alarmantes.
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O fenômeno triplo que ameaça os oceanos
As ondas de calor marinhas não vêm sozinhas. Elas trazem dois companheiros perigosos: acidificação das águas e redução de clorofila. Juntos, formam uma ameaça tripla.
Esse trio prejudica corais, peixes e toda a vida marinha. Águas mais quentes e ácidas aumentam a mortalidade de espécies, e a pesca e culturas costeiras também sofrem.
Os corais são os primeiros a dar o alerta. Seu embranquecimento em massa mostra o estresse dos oceanos. Esse fenômeno vem acontecendo com mais frequência e intensidade.
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Oceanos: o ar-condicionado do planeta em pane
Os mares funcionam como gigantescos reguladores térmicos. Eles absorvem calor e CO2, ajudando a controlar o clima terrestre. Mas essa capacidade tem limites.
Desde o século XIX, os oceanos absorveram 90% do calor extra e 30% do CO2 emitido por humanos. Isso aqueceu as águas em 1,5°C e as tornou mais ácidas.
Para os corais, a acidificação é especialmente ruim. Eles precisam de pH estável para construir seus esqueletos de calcário. Com água mais ácida, não conseguem crescer direito.
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Dados mostram problema crescendo desde 2008
A oceanógrafa Regina Rodrigues analisou dados de 1999 a 2018. Sua descoberta? As ondas de calor marinhas se tornaram muito mais comuns.
“De 1999 a 2008 eram raras. A partir de 2016, esse fenômeno triplo passou a ocorrer praticamente todo ano”, disse ela à Pesquisa Fapesp. A mudança é clara e preocupante.
Os números mostram que não há tempo a perder. Reduzir emissões de combustíveis fósseis se tornou urgente para proteger nossos mares e costas.
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Como as ondas de calor marinhas nos afetam
O problema vai além da ecologia. Pesca, turismo e segurança alimentar de comunidades costeiras estão em risco. Espécies comerciais podem sumir.
Corais mortos significam menos peixes, pois muitos usam os recifes como berçário. Sem eles, toda a cadeia alimentar marinha desequilibra.
O estudo da UFSC é um alerta: é preciso agir agora. Proteger os oceanos é proteger o futuro – e o tempo está se esgotando.
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