Centenas de mortes são esperadas após a passagem do ciclone Chido pelo arquipélago de Mayotte, um território francês no Oceano Índico. A informação foi confirmada pelo prefeito François-Xavier Bieuville, representante do presidente da França na ilha, que alertou sobre a gravidade da situação em entrevista ao canal Mayotte La 1ère neste domingo (15).

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Na ocasião, o prefeito afirmou: “Certamente serão várias centenas, podendo chegar a mil ou mais”. A previsão também reflete a dificuldade em contabilizar as vítimas devido à infraestrutura limitada e às práticas funerárias locais.

Entenda o que aconteceu e onde fica o Arquipélago de Mayotte

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Onde fica Mayotte?

Mayotte é um arquipélago localizado no Oceano Índico, entre o continente africano e a ilha de Madagascar. Parte do departamento ultramarino francês, o território está a cerca de 8.000 quilômetros de Paris. A ilha principal, Grande-Terre, é cercada por uma das maiores lagoas fechadas do mundo, formada por recifes de coral.

O arquipélago abriga aproximadamente 300 mil habitantes, sendo majoritariamente muçulmanos, e enfrenta desafios sociais e econômicos significativos. Embora seja um território francês, Mayotte é uma das regiões mais pobres do país, com infraestrutura precária e altas taxas de desemprego. Além disso, o arquipélago tem sido marcado por tensões sociais, agravadas pela falta de água potável e pela violência de gangues.

O que se sabe sobre a passagem do ciclone Chido?

O ciclone Chido, que atingiu Mayotte com ventos e chuvas intensas, deixou um rastro de destruição e mortes no arquipélago. A contagem exata de vítimas ainda é incerta. Segundo autoridades francesas, a situação é agravada pelo costume local de enterrar os mortos dentro de 24 horas, o que dificulta a identificação e o registro das fatalidades.

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Além das perdas humanas, o ciclone também levantou preocupações sobre o acesso a alimentos e recursos básicos, já que Mayotte depende fortemente de importações e possui limitada infraestrutura de armazenamento e distribuição.

As autoridades francesas enfrentam dificuldades logísticas para organizar a ajuda humanitária, uma vez que o arquipélago está a quatro dias de viagem por mar da França continental. As condições precárias na ilha, que já sofre com frequentes crises de abastecimento, podem agravar ainda mais o impacto da tragédia.

Contexto de vulnerabilidade

Mayotte já vinha enfrentando sérios desafios antes do ciclone. No início do ano, a falta de água potável gerou protestos e intensificou a sensação de abandono entre os habitantes. A precariedade dos serviços públicos e as tensões sociais dificultam uma resposta eficaz a crises como a causada pelo ciclone Chido.

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