O Parque Estadual do Rio Vermelho, situado entre a praia do Moçambique e a Lagoa da Conceição, no Leste de Florianópolis, é responsável pelo resgate da fauna silvestre e já devolveu mais de 30 mil animais para a natureza. O espaço foi criado para promover a preservação da floresta, da vegetação de restinga e da fauna associada à Mata Atlântica.
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O local é administrado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC). O parque é uma unidade de conservação de proteção integral e funciona como o ponto de equilíbrio do complexo hídrico da região, promovendo ações de recuperação do ecossistema e proporcionando pesquisas científicas e visitação pública educacional.
A presidente do IMA-SC, Sheila Meirelles, enfatiza que o parque é uma das 10 unidades de conservação administradas pelo instituto. O local é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral — local em que são implementadas ações fundamentais voltadas ao trabalho de conservação dos ecossistemas.
— A unidade apoia e é parceira de projetos voltados ao engajamento comunitário, a ciência cidadã, e a educação ambiental, que estão presentes no trabalho que desenvolvemos dentro das UCs, para incentivar a preservação do meio ambiente e a construção de uma sociedade mais consciente e sustentável —, afirma a presidente do IMA-SC.
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Cerca de 30 mil animais já voltaram saudáveis para a natureza desde que o parque foi criado, de acordo com o coordenador do local, Marcelo Duarte.
Confira fotos do Parque Estadual do Rio Vermelho
— Mas aí varia muito de mês a mês. O inverno com muitos animais marinhos, ou inverno sem animais marinhos. Mas vai de 500 animais até 2.000 por mês. Então depende da época do ano —, avalia o coordenador.
Em uma das trilhas, o visitante tem acesso a animais que vieram para o centro de triagem depois de recuperados pela Polícia Militar Ambiental, pelo Corpo de Bombeiros ou pelo IMA-SC e não têm mais condições de voltar para a natureza com autonomia e segurança. No local, o trabalho de educação ambiental é feito com a explicação de uma guia, que conduz os grupos de visitantes.
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A intenção é conscientizar e mudar o comportamento das pessoas em relação à natureza. Por lá podem ser encontrados macacos, araras, cobras, corujas, entre outras espécies que foram retiradas do seu habitat por mãos humanas, sofreram algum trauma e não podem mais voltar ao espaço original.
Triagem
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) recebe os animais silvestres e funciona em parceria entre o IMA e o Instituto Catarinense de Conservação de Fauna e Flora (ICCO). O trabalho de profissionais contratados e de voluntários busca reverter o quadro em que os animais se encontram e levá-los de volta à natureza.
Em certos casos, os bichos precisam ser alimentados a cada 30 minutos. Atualmente estão sob cuidados um filhote de tamanduá-mirim, um filhote de ouriço e uma tartaruga Tigre D’água, além de diversas aves.
— O animal passa por uma triagem onde é feita a avaliação e através dessa avaliação a gente decide uma destinação para esse animal. Sendo o berçário para animais filhotes, o ambulatório é para animais que precisam de cuidados médicos veterinários e os recintos para eles passarem pelo processo de reabilitação. E após esse processo de reabilitação, nós decidimos se esse animal está apto para soltura ou se serão destinados a locais para ficar sob cuidados humanos —, explica a médica veterinária, Debora Rodrigues de Abreu.
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Toninha resgatada
O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) também é uma das unidades do parque. Nele, há uma toninha bebê resgatada no último dia 3 de janeiro na praia do Moçambique chamada Francisca. Ela faz parte da espécie de golfinhos mais ameaçada de extinção no Brasil. Foi encontrada pela equipe da R3 Animal, que mantém parceria com o IMA e com a Polícia Militar Ambiental.
— Ela é um filhotão de toninha que chegou muito magra, bastante desidratada. Felizmente não tinha nenhuma infecção, nenhuma pneumonia e por isso que a gente conseguiu mantê-la viva até agora. Foram cuidados intensivos, a gente permanece fazendo plantão 24 horas em escalas de 8 em 8 horas com veterinários sempre presentes. Hoje ela já ganhou mais um quilo desde que ela chegou e a gente tá iniciando uma alimentação sólida, com uma fórmula especial de leite, depois passou por uma papa de peixe e agora a gente tá introduzindo, devagarzinho, uma alimentação sólida de peixe, lula, camarão, que é o que ela come na natureza —, esclareceu a presidente da R3 Associação Animal, Cristiane Kolesnikovas.
A toninha Francisca foi encontrada por uma das equipes que diariamente saem do parque para monitorar o litoral da Ilha de Santa Catarina para resgatar animais vivos ou mortos. O local conta com espaço para exames, tratamento e até necrópsia para entender a causa da morte do bicho. Atualmente, o grupo trata da saúde de dois pinguins e diversas aves marinhas como albatrozes, gaivotas e um atobá.
A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma compensação exigida para o licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. Por isso, o funcionamento do local é custeado pela estatal.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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