Pequena cidade brasileira ganha megafábrica de R$ 25 bilhões

A gigante chilena Arauco, referência mundial na produção de celulose, anunciou o maior investimento de sua história: U$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) para construir uma megafábrica no Brasil. A cidade escolhida foi Inocência, no Mato Grosso do Sul, um município de apenas 8,7 mil habitantes que, nos próximos anos, deve se transformar completamente.

Batizado de Projeto Sucuriú, o empreendimento promete gerar 14 mil empregos durante as obras e outros 6 mil na fase de operação. A Arauco destacou que o projeto só será possível graças ao apoio da população local, reforçando o impacto social que a nova planta deve ter na região.

A principal fornecedora da estrutura será a finlandesa Valmet, responsável por cerca de 50% do complexo industrial. O contrato inclui unidades de processo, uma planta de gaseificação para biocombustível, uma caldeira de biomassa e nada menos que a maior caldeira de recuperação química do mundo.

Para o governo estadual, a novidade chega como mais uma prova do avanço tecnológico do chamado Vale da Celulose. Segundo Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento do MS, o estado se consolida como referência global em inovação e produção florestal.

Com 3,5 mil hectares de área, a megafábrica terá capacidade de produzir 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano. As obras já estão em andamento e a previsão é de início das operações até o fim de 2027.

O projeto também impressiona pela geração de energia: serão mais de 400 MW, dos quais 220 MW serão disponibilizados ao sistema nacional. De acordo com Verruck, esse volume seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Campo Grande.

Fundada em 1979, a Arauco é uma das líderes globais em celulose, produtos de madeira e bioenergia. No Brasil desde 2002, a empresa já opera cinco plantas industriais e atua no Mato Grosso do Sul desde 2009. Para a companhia, o Projeto Sucuriú deve impulsionar o desenvolvimento econômico e social de toda a região, atraindo investimentos e ampliando a arrecadação local.

*Sob supervisão de Pablo Brito