Uma farra do boi foi impedida de acontecer na última sexta-feira (24) na comunidade isolada da Costa da Lagoa, em Florianópolis. Policiais militares do 21º Batalhão e do 1º Pelotão do Rio Vermelho receberam a denúncia de que moradores do bairro se preparavam para o evento. Chegando ao local, encontraram uma vaca amarrada e em situação de maus tratos. Conforme a PM, os farristas que estavam com o animal fugiram ao ver a presença dos agentes.
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Os policiais conseguiram laçar e retirar o bovino do local. O transporte foi feito do terminal lacustre da Costa da Lagoa ao Rio Vermelho. O animal foi entregue a Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) da prefeitura.
A Associação Catarinense de Proteção aos Animais, que toca o projeto Farra do Boi Nunca Mais, está responsável pelos cuidados da vaca resgatada. Ela foi batizada de Manu. Segundo a entidade, um dia antes, também na Costa da Lagoa, um touro foi salvo.
Tradição ou barbárie? Proibida, farra do boi continua presente
Desde 1998, a farra do boi é uma ilegal, conforme a Lei de Crimes Ambientais, que criminaliza condutas que maltratem animais. O texto proíbe “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”.
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Na Semana Santa, sobretudo na sexta-feira, casos de farra do boi aumentam consideravelmente no estado. O animal costuma ser confinado sem alimento por vários dias. Após passar fome, comida e água são colocados num local à sua vista, sem que ele possa alcançar, como forma de aumentar o desespero.
A festa em si começa quando o boi é solto e é perseguido pelos farristas, que carregam pedaços de madeira, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes, pedras, entre outros utensílios usados para perseguir o boi que, no desespero de fugir, acaba ferindo a si próprio, pessoas, destruindo o patrimônio público, causando pânico.