Ano de 2025 é marcado por um hiato de grandes eventos esportivos no mundo e também por uma “entressafra” eleitoral brasileira às vésperas das eleições nacionais. Isso significa que os 12 meses que virão pela frente serão um marasmo de tranquilidade e estabilidade? Longe disso. Grandes atos como a posse de Donald Trump, novo comandante da maior potência global, e momentos históricos como a escalada de sucesso rumo ao Globo de Ouro do filme brasileiro “Ainda estou aqui” simbolizam o Ano Novo. Da geopolítica ao esporte, da cultura ao meio ambiente, confira um breve compilado de assuntos para ficar de olho após o Réveillon.
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Geopolítica
A volta de Trump
O próximo dia 20 de janeiro será marcado pela posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O evento é importante não apenas aos norte-americanos, mas tem consequências globais por conta do poder que os EUA têm sobre a política mundial. Com um histórico protecionista sobre a economia, Trump terá a caneta na mão para ditar o ritmo também de conflitos internacionais — como a guerra na Ucrânia, por exemplo. O presidente eleito tem um histórico de discursos brandos contra a Rússia e de relação “amigável” com Putin, o que poderia resultar em mudanças nas sanções contra os russos. Além disso, a posse dele representa o retorno da extrema direita ao poder, o que pode gerar um efeito dominó em outras nações, como o Brasil.

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Transição na Síria
A queda do ditador Bashar al-Assad pode significar o fim da Guerra Civil Síria, uma das mais sangrentas da história recente, com mais de meio milhão de mortos. A tendência é de que haja em 2025 uma transição de governo por lá, caminhando para o que oposicionistas de Assad chamam de “Estado de Direito”. A guerra na Síria, vale lembrar, tem como agentes camuflados grandes potências como Rússia, Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita. Ou seja, uma eventual transição pacífica de governo no país, que foi palco de uma das maiores tragédias humanitárias da década passada, pode significar estabilidade regional e impactar em alianças diplomáticas globais.
Israel e Hamas
Negociações sobre um cessar-fogo no conflito envolvendo Israel e o Hamas devem marcar o ano de 2025. No último dia 25 de dezembro, em pleno Natal, ambos os lados da história alegaram atrasos e ruídos para colocar em prática um possível acordo. De um lado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o grupo palestino de voltar atrás em entendimentos que já haviam sido superados. Do outro, o Hamas afirma que o governo israelense impôs novas condições para libertar prisioneiros. Esse toma lá, dá cá mantém a tensão no Oriente Médio e impacta a vida de milhões de pessoas. Vale lembrar que Israel, com bombardeios indiscriminados, bloqueios humanitários, deslocamento forçado de civis e o uso de força desproporcional, já foi acusada de violar normas de direitos humanos e de direito internacional humanitário, com milhares de mortes de crianças e mulheres. O país alega autodefesa.
Política
Posse de prefeitos e vereadores
Uma importante mudança no campo da política ocorre logo no primeiro dia de 2025: a posse de prefeitos, vices e vereadores eleitos nas urnas em outubro. Em Santa Catarina, tomam posse os prefeitos e vices eleitos nas 295 cidades e mais 2.912 vereadores. Nas prefeituras, Topázio Neto (PSD) oficializa a permanência em Florianópolis, Adriano Silva (Novo), em Joinville, Orvino Coelho d’Ávila (PSD), em São José, e João Rodrigues (PSD), em Chapecó. Já em outras grandes cidades catarinenses, a data de posse marca a mudança no comando da gestão. É o caso, por exemplo, de Blumenau, onde assume Egídio Ferrari (PL), Itajaí, que será comandada por Robison Coelho (PL) e Criciúma, a ser comandada por Vaguinho Espíndola (PSD). Já no cenário nacional, nas maiores cidades os eleitores também optaram pela continuidade, como Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro.
Eleições na Câmara, Senado e Alesc
Outro assunto que deve movimentar a política já no início de 2025 serão as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, em Brasília, e da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis. Em nível nacional, a disputa marcará a saída de Arthur Lira (PP-AL) do comando da Câmara e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) do Senado após quatro anos. A influência exercida ao longo desse período deve permitir também que eles elejam os sucessores — os nomes favoritos e apoiados por eles são Hugo Motta (Republicanos-PB), para a Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), para retornar à presidência do Senado. Os cargos são importantes por definirem as prioridades de votações, ditarem o ritmo dos projetos e das cobiçadas emendas parlamentares. Em Florianópolis, as articulações de bastidores já apontam um provável retorno do deputado Júlio Garcia (PSD) à presidência da Alesc.
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Escala 6×1
Polêmica que ganhou força nas redes sociais em novembro, o projeto que tenta acabar com a escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho na semana por um de descanso) deve voltar a ser discutida e chegar a um desfecho ao longo de 2025. A proposta apresentada pela deputada Érika Hilton (PSOL-SP) propõe a adoção de um modelo de escala de trabalho 4×3 (quatro dias trabalhados por três de descanso) e começou a tramitar após receber assinaturas de mais de 230 parlamentares. Defensores do projeto sustentam que ele poderia permitir mais horas de descanso, lazer e qualidade de vida, enquanto críticos argumentam que ele poderia trazer impactos econômicos como aumento de preços e risco à manutenção de empresas e empregos.
Reforma tributária
A regulamentação da reforma tributária foi aprovada pelo Congresso nas últimas sessões do ano, mas a definição de algumas regras do novo sistema de impostos do país ainda será pauta para 2025. É o caso da definição de comitês para gestão e fiscalização dos novos impostos, IBS e CBS, que substituirão cinco tributos existentes hoje. Além disso, o ano será de preparação para a implantação da reforma, que ocorrerá de forma gradual com início em 2026. Outras mudanças no campo fiscal, como a prometida isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, também são propostas que terão presença certa no Congresso em 2025.
Julgamento da tentativa de golpe
Outro assunto que deve ter desdobramentos ao longo de 2025 são as investigações sobre a tentativa de golpe organizada por militares e agentes do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no fim de 2022. Em novembro, Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas por suposto envolvimento no plano golpista. Agora, a expectativa recai sobre a apresentação ou não da denúncia contra o ex-presidente e demais nomes. A decisão caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) e pode ocorrer nos primeiros meses do ano. Informações apontam que, em caso de apresentação e recebimento da denúncia pela Justiça, o Supremo Tribunal Federal (STF) espera poder julgar o caso ainda em 2025. A intenção é evitar que o desfecho do caso interfira no processo eleitoral de 2026.
Olho no dólar
Dor de cabeça do país na reta final do ano, a disparada do dólar deve ter continuidade com impactos na economia em 2025. Analistas apontam que a moeda norte-americana deve iniciar o ano mantendo-se acima do patamar de R$ 6, o que gera preocupações sobre consequências como inflação e, consequentemente, manutenção da taxa de juros em patamar elevado — decisão que a partir do próximo ano será liderada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, aliado de Lula. Por conta desse cenário e da frustração do mercado sobre o recente pacote de corte de gastos, o governo federal deve apresentar novas medidas de ajuste das contas em 2025.
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Esportes
Copa do Mundo de Clubes
O novo torneio de clubes organizado pela Fifa tem os moldes da antiga Copa do Mundo, com 32 equipes divididas em oito grupos, e será o primeiro grande evento a reunir tantos grandes times em um curto espaço de tempo. Organizado nos EUA, que será uma das sedes da Copa de 2026 (juntamente com México e Canadá), a competição terá quatro clubes brasileiros: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras. Gigantes europeus como Real Madrid, Bayern de Munique e Manchester City estarão em campo. O torneio será disputado de 14 de junho a 13 de julho, com três jogos na primeira fase e mata-mata das oitavas de final em diante. O “Supermundial”, como vem sendo chamado, também deve ser pomposo do ponto de vista financeiro: especula-se que o valor mínimo só pela participação gire em torno dos 50 milhões de dólares — cerca de R$ 300 milhões. O campeão deverá embolsar em premiações mais de meio bilhão de reais.

Copa América Feminina
A competição que ocorrerá no Equador de 12 de julho a 2 de agosto será a segunda grande oportunidade para o técnico Arthur Elias mostrar serviço no comando da equipe — ele assumiu o time em 2023, após a demissão de Pia Sundhage. E a Copa América do ano que vem traz consigo também uma novidade: o torneio não valerá classificação ao Mundial, diferentemente do que ocorria anteriormente. Agora, a Conmebol terá uma Eliminatória Sul-Americana também à Copa feminina (que ocorrerá em 2027 no Brasil), e não mais somente à masculina. Apesar disso, a Copa América premiará as seleções que terminarem em primeiro e segundo lugares com uma vaga aos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, o que mantém a relevância do evento.
Tem brasileiro na F1
Gabriel Bortoleto, brasileiro de 21 anos, teve uma ascensão meteórica no automobilismo ao vencer consecutivamente a Fórmula 3, em 2023, e a Fórmula 2, neste ano. O desempenho fez com que ele fosse contratado pela equipe Sauber, colocando novamente a bandeira do Brasil no grid de largada da Fórmula 1. A chegada de Bortoleto à F1 no ano que está por vir marca o retorno de um piloto brasileiro às corridas depois de oito anos — Felipe Massa se aposentou em 2017 e, desde lá, mais nenhum brazuca esteve nas pistas. Apesar de promissor, o jovem piloto não deve ter grandes feitos em 2025, mas é apontado por especialistas como uma das grandes promessas da F1 para os próximos anos.
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Meio Ambiente
A histórica COP30 em Belém
Belém, no Pará, vai sediar a histórica 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A escolha da sede, no meio da Floresta Amazônica, é simbólica e representa a importância de um debate sólido sobre mudanças climáticas. Ao todo, representantes de 195 países estarão no Brasil em novembro de 2025, tendo como principais eixos de discussão a redução da emissão de gases de efeito estufa, a adaptação das nações às mudanças no clima, o financiamento climático para países em desenvolvimento (facilitar acesso de recursos internacionais para preservação de biomas, por exemplo) e a preservação das florestas e biodiversidade. A expectativa é de que o evento seja marcado por importantes negociações globais a respeito das questões climáticas e, também, por um compromisso mundial pela sustentabilidade, pela proteção ambiental e pelo que especialistas chamam de “estabilidade climática”.
Ciência
Alinhamento de sete planetas
Um evento astronômico raro, que ocorre no mínimo a cada 10 anos, será visível a olho nu — caso não haja nuvens no céu e o tempo esteja firme, claro. Sete planetas — Saturno, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Marte, Urano e Netuno — vão se alinhar, sendo que os cinco primeiros serão visíveis sem a ajuda de um telescópio. Um alinhamento como esse de múltiplos planetas, que ocorrerá em 28 de fevereiro, é incomum e marca um dos principais eventos do Calendário Astronômico de 2025, que se inicia já entre os dias 2 e 3 de janeiro com o pico de chuva dos meteoros Quadrântidas, com média de 80 meteoros por hora.

Ciência quântica
2025 foi proclamado pela Unesco como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas. O ano foi escolhido por marcar os 100 anos desde que Werner Heisenberg desenvolveu a base da mecânica quântica moderna, um marco na física que revolucionou a ciência. O objetivo será de acelerar a inovação tecnológica, principalmente do ponto de vista de segurança, já que a criptografia quântica ajuda a tornar informações praticamente invioláveis. Além disso, essa ciência, quando aprimorada, pode auxiliar em áreas como monitoramento do clima e medicina.
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Cultura
“Ainda estou aqui”
Indicado ao Globo de Ouro em duas categorias, o filme aborda o impacto da ditadura militar brasileira nas famílias, ao focar na história de Eunice Paiva, que enfrentou a perda do marido, Rubens Paiva, desaparecido político durante o regime. “Ainda estou aqui” é dirigido por Walter Salles e ganhou reconhecimento por expor o drama de um período sombrio na história brasileira. Além de concorrer ao Globo de Ouro como Melhor Filme de Língua Não Inglesa, a atriz Fernanda Torres, que atuou como Eunice Paiva, concorre como Melhor Atriz em Filme de Drama. A produção brasileira é um sucesso de bilheteria e, também, ganhou o importante prêmio de Melhor Roteiro do Festival de Veneza. O filme foi o selecionado para representar o país no Oscar de Melhor Filme Internacional. A cerimônia do Globo de Ouro ocorre no próximo dia 5 de janeiro.

Turnê de despedida de Gil
O ano que está por vir será marcado pela última turnê de Gilberto Gil. O cantor anunciou 10 shows da obra “Tempo Rei – Última Turnê”, que vai revisitar toda a carreira. A série de apresentações começa na terra natal, Salvador (BA), em 15 de março, e se estende até 22 de novembro, no Recife (PE). Essa turnê deve se tornar um marco à cultura brasileira por ser a despedida de um ícone da MPB e, acima de tudo, por celebrar o legado de Gil à América Latina.
Oasis no Brasil
Além dos grandes festivais de música já consagrados, como Lollapalooza e The Town, novembro de 2025 será um mês marcado pelo retorno da banda britânica Oasis ao Brasil após 15 anos. Os irmãos Gallagher anunciaram a volta do grupo — marcado por sucessivas crises familiares que levaram ao hiato de mais de uma década — e, além de shows no Reino Unido e Irlanda, também confirmaram apresentações nas Américas — com o Estádio do Morumbi como o escolhido em território brasileiro.