Balneário Camboriú pode se tornar o novo destino turístico dos transatlânticos que navegam pela costa brasileira. A prefeitura quer aproveitar o píer da nova marina que será construída pela Bontur na Barra Sul para receber os passageiros dos cruzeiros. Como não há calado para os navios atracarem, a ideia é que, assim como ocorre em Porto Belo, as embarcações ancorem em alto-mar, nas proximidades da Ponta da Aguada _ morro do Unipraias_, e os passageiros sejam levados em pequenos barcos, conhecidos como tênderes, até o píer.
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::: Empresa pode construir píer para receber transatlânticos em Balneário Camboriú
A Bontur, que tem como um dos sócios o empresário Julio Tedesco _ proprietário da Tedesco Marina_, protocolou no início da tarde desta terça-feira na Secretaria de Planejamento o projeto arquitetônico do empreendimento. Conforme o secretário da pasta, Fábio Flor, o projeto já dispõe de todas as licenças necessárias, faltando apenas o alvará da prefeitura para a obra ser liberada.
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Com a aprovação do projeto arquitetônico pelo departamento técnico do Planejamento, Tedesco prevê que as obras comecem em no máximo 60 dias, para que a nova marina possa estar operando já na próxima temporada.
– Assim que as obras sejam iniciadas, vamos ofertar Balneário Camboriú com toda a sua infraestrutura e mercado turístico para as operadoras de cruzeiros- afirmou o prefeito, Edson Piriquito, na tarde desta terça-feira por telefone.
Além do píer, a nova marina vai ter mais de 70 vagas e vai comportar navios de até 200 pés. Segundo Tedesco, o investimento realizado será entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.
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– A nova marina vai lembrar as de Mônaco (principado europeu) e Punta Del Leste (Uruguai). Ao andar pelo molhe da Barra Sul, as pessoas ficarão de frente, vão poder ver os barcos muito de perto – disse o empresário.
Para receber os transatlânticos, além de convencer as operadoras de cruzeiros, a prefeitura vai ter de obter as autorizações necessárias. A Marinha e a Secretaria de Patrimônio da União (que responde pelo uso dos espelhos d’água), por exemplo, até o momento só liberaram o funcionamento da nova marina.
Apesar disso, o comandante da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí, José Sávio Feres Rodrigues, explica que quando o navio fica fundeado em alto-mar as exigências são menores.
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– Teremos de avaliar se há calado na Ponta da Aguada para os transatlânticos ancorarem e se a presença desses navios vai comprometer a navegabilidade no local – esclarece.
De acordo com Piriquito, a prefeitura detém uma carta náutica do local que aponta cerca de 13 metros de profundidade.
– Com a ajuda de mergulhadores que contratamos, comprovamos que o calado no local comporta os navios – garantiu.
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Para o secretário de Planejamento, a nova atividade iria atrair consumidores altamente qualificados para Balneário Camboriú.
– A capacidade de incremento para a economia da cidade seria muito grande – observa.
A Bontur obteve em 2013, por meio de licitação, concessão de 20 anos para exploração das águas que contornam o Molhe da Barra Sul junto à Secretaria de Patrimônio da União. (Colaborou Dagmara Spautz)