O homem que matou Alexander Alves, 27 anos, dentro de uma cela da Penitenciária Industrial de Blumenau, deu detalhes de como cometeu o crime e o porquê em depoimento à Polícia Civil. O detento identificado como Luiz Carlos Keller, 24, contou que arrancou o coração da vítima com lâmina de barbear e colocou o órgão dentro de um saco plástico antes de chamar os agentes carcerários e confessar o homicídio. Ele já estava preso por matar outra pessoa no Oeste de Santa Catarina. Alexander cumpria pena por tráfico de drogas.
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Conforme o delegado Juraci Darolt, o interrogatório do suspeito, de agentes, do diretor da penitenciária e dos outros sete colegas de cela de Alexander foi feito nesta quarta e quinta-feira (dias 16 e 17).
Luiz teria relatado que Alexander recebeu um bilhete da facção criminosa que fazia parte. No papel lido em segredo e depois jogado no vaso sanitário estaria escrito que ele deveria matar algum dos companheiros. Porém, Luiz afirmou ter conseguido ler o conteúdo do bilhete e alertado os demais.
— Ele é mais alto que a vítima e conseguiu espiar o que estava escrito. Comentou no banho de sol com os outros companheiros de cela, que não são integrantes de facção: “quem será que ele vai matar?” — disse Darolt.
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Nesta terça-feira (15), após cerca de duas semanas do recebimento do papel, Alexander teria dado um golpe em Luiz (mata-leão). Ele conseguiu se defender e ambos começaram uma briga, que terminou com Alexander desacordado no chão.
Não satisfeito, Luiz teria asfixiado o desafeto com as mãos, pisado na cabeça e pescoço dele e, quando teve certeza que o outro estava sem vida, tentou perfurar o peito de Alexander com a ponta de uma escova de dente, provavelmente afiada na parede.
Sem sucesso, recorreu às lâminas de barbear, que são permitidas por se tratar de um item de higiene pessoal. Arrancou o coração, colocou em uma sacola e usou as roupas de Alexander para limpar o sangue do chão. Antes de chamar os agentes, Luiz deitou Alexander no colchão em que a vítima costumava dormir.
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— Ele disse que arrancou o coração por raiva, pela loucura do momento. Ele achou que seria morto. Para ele foi matar ou morrer. Um crime bárbaro, que choca a sociedade — comenta Darolt.
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O laudo pericial que confirmará a causa da morte ainda não foi concluído. Luiz foi indiciado por homicídio qualificado e deve responder ao processo preso, já que a progressão para o regime semiaberto estava prevista para 2039, conforme condenação do outro assassinato cometido. Se considerado culpado pela Justiça, pode pegar mais 30 anos de prisão.
Contraponto
O suspeito foi representado pela Defensoria Pública no homicídio pelo qual cumpre pena. Neste novo caso, não apresentou advogado e por conta disso a instituição pública deve assumir a representação novamente. A assessoria de imprensa da Defensoria explicou que o órgão aguarda ser acionado pela Justiça para se manifestar.