Não é novidade que muitos jogadores são muito vidrados em gráficos. A galera se impressiona mesmo. Com o avanço da tecnologia, parece que é cada vez mais estimulado esse lado da aparência visual, do que parece real.
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É curioso a gente ver na história dos videogames que nem sempre os gráficos foram assim tão decisivos. E há muitos exemplos de hoje de que eles continuam não sendo.
Estava vendo outro dia um vídeo de um jogo do PC Engine, ou TurboGrafix-16. Caso você não conhece, este é um videogame da geração 16 bits, mesma do Super Nintendo e Mega Drive, feito pela Hudson, a empresa que faz os jogos do Bomberman. Não conheço ninguém com este console, mas ele até fez algum sucesso no Japão.
Eis que, quando ele foi lançado, a Nintendo ainda estava com o Nintendinho 8 bits. E, em comparação, os jogos do PC Engine eram muito mais bonitos. Mesmo assim, o videogame fez pouco sucesso.
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Outro caso emblemático é do próprio Nintendo em comparação com o concorrente Master System, da Sega. Tem jogo tão lindo que nem parece que é da mesma geração do Nintendinho. O Master System até fez sucesso no Brasil, mas mundialmente ficou bem atrás do concorrente.
O que dizer então do primeiro Playstation frente ao Nintendo 64? O PS1 era de 32 bits, e o N64, de 64 bits. Eu que era bem fangirl nessa época achava um horror os gráficos do console da Sony. Mas ele vendeu o triplo do meu queridinho Nintendo 64.
Na geração seguinte, o primeiro Xbox era um monstro mesmo. Alguns jogos nem parecem da mesma geração do Playstation 2. O Gamecube também tinha gráficos melhores do que o PS2, em geral.
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Tudo isso para dizer que a história nos mostra que a performance visual do videogame não é lá tão importante assim. O PS2, mesmo se saindo pior nesse quesito, em geral, claro, do que o Gamecube e o Xbox é ainda o videogame mais vendido da história e lembrado com muito carinho por muitos. Uma galera, inclusive, continua jogando esse sucesso absoluto até hoje.
E o PS2 foi incrível no que é importante: tinha muitos jogos para todos os gostos e um apoio muito grande de muitos estúdios. E teve ainda a ajuda de ser o tocador de DVD mais barato em alguns países.
Hoje em dia, em que a mídia especializada fica contando quadros por segundo e analisando sombras e acabamento da vegetação, tempos muitos exemplos nítidos de que os gráficos não são o mais importante.
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É só ver o sucesso do Nintendo Switch, videogame já velhinho, com 7 anos, que está a todo vapor. Continua vendendo, apesar de que não aguenta mais rodar os próprios jogos. Mas quando você está perdido no divertidíssimo mundo de Hyrule, o que importa cair a framerate de vez em quando?
A discussão dos gráficos é válida porque fazer bons gráficos custa caro, torna os projetos custosos. Será que vale a pena? A Sony, por exemplo, faz jogos lindíssimos e caríssimos, para ver o Mario Kart 8 Deluxe, do Switch, um jogo que já era do Wii U, vender mais de 60 milhões de cópias, algo que ela jamais vai conseguir.
Será que não valeria a pena fazer jogos mais baratos, mas muito divertidos? Talvez com um orçamento menor, dá para ser mais criativo também. É só ver o sucesso do Vampire Survivors, um jogo que parece ser do Mega Drive, mas que é impossível parar de jogar.
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Acho que existe espaço para as duas coisas, tanto para os jogos com gráficos lindíssimos quanto para quem quer fazer algo divertido com orçamento menor. Só acho que os estúdios grandes precisam ser mais corajosos em fazer jogos mais baratos. Quem sabe possam ser mais criativos e evitar tantas demissões na indústria. A história mostra que o mais bonito nem sempre, ou quase nunca, vence.
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