O homem que morreu após ser agredido e asfixiado por seguranças do metrô de São Paulo foi identificado como Jadson Vitor de Sousa Pires. O crime foi registrado em meados de novembro, mas o laudo da causa da morte só foi divulgado nesta terça-feira (3). Jadson morreu por asfixia mecânica em decorrência de esganadura. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

O crime ocorreu na Linha 8-Diamante do metrô paulista. Jadson teria sido agredido por seguranças da ViaMobilidade, concessionária da linha. Imagens do circuito interno do metrô mostram o rapaz chegando na estação aparentemente desorientado, na área das catracas, e tenta passar por baixo de uma delas.

O que se sabe sobre o caso do PM flagrado jogando homem dentro de rio em São Paulo

O homem chega a levar uma rasteira dos seguranças, e em seguida é chutado por um homem identificado como gente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e que estava à paisana, de acordo com a ViaMobilidade. Depois disso, a vítima é arrastada pelas pernas para dentro da estação, e imobilizado.

Continua depois da publicidade

Passageiros testemunharam a ação e chegaram a gritar para que as agressões parassem. Uma delas narrou que os agentes imobilizaram Jadson usando o joelho.

“Ele não estava violento, estava apenas assustado. Aparentava com certeza estar drogado ou bêbado, não precisava fazer aquilo que fizeram com ele. Era só imobilizar o rapaz e tentar acalmar ele e tudo resolvia. Ele chegou para nós e pediu ajuda lá, pediu ajuda pra todo mundo e falou assim: ‘quero água. Me dá um copo com água?”, disse a testemunha ouvida pela TV Globo. “Ele pegou, bebeu a água e falou assim: ‘tenho uma filha de 3 anos, não precisa fazer isso comigo’. O que mais me doeu foi quando ele repetiu: ‘tenho uma filha de 3 anos, se eu morrer cuida dela”, narrou.

“Na hora que deitou ele no chão, botaram o joelho em cima do rapaz, assim. E foi na hora que eu senti aquele peso do corpo caindo no chão e aí eu falei: ‘Já era, mataram o cara’”, contou o rapaz que viu o momento que Jadson desmaiou.

“Paizão”, diz esposa

A esposa de Jadson, Renata Santos de Sousa, contou que o marido saiu de casa naquele dia para resolver problemas burocráticos para receber o seguro-desemprego e sacar o FGTS. Ele tinha sido demitido do emprego recentemente.

Continua depois da publicidade

— Ele era um paizão. Era um marido muito bom, um cara muito trabalhador, muito esforçado, um ser humano incrível. Ele era tudo para mim e para a minha filha. Hoje está sendo muito difícil tudo o que está acontecendo e o que eu clamo é por Justiça. Ele não merecia isso — narra Renata.

Ela conta que só soube o que de fato ocorreu com o marido quando as imagens foram divulgadas, mais de 20 dias após a morte, que ocorreu em 11 de novembro.

— Não justifica o que fizeram. Ele podia está ali sob efeito de droga, como estão falando. Podia estar sob efeito de álcool. As pessoas que atenderam ele não tiveram nenhum sentimento humano com ele. De entender, explicar para ele: ‘Olha, eu posso te ajudar?’ Não. Já foram agredindo ele. Eu estou juntando força de onde não tem para correr atrás da Justiça — afirmou.

Em nota, a ViaMobilidade disse que as imagens foram entregues à polícia e o “comportamento dos profissionais que atuaram na contenção de Jadson Pires não corresponde aos seus valores, treinamento e padrão dos seus procedimentos de segurança e atendimento”. E que “os agentes envolvidos foram preventivamente afastados.”

Continua depois da publicidade

Leia também

Júri de 17 horas condena mãe e padrasto por bater em menina de 3 anos até a morte em Indaial

Membros de facção criminosa são presos por tráfico de drogas em operação no Sul de SC