As preguiças modernas, conhecidas por sua lentidão e peso máximo de 7 kg, já foram gigantes velozes que chegavam a toneladas. Um estudo da USP revela como essas criaturas dominavam as Américas antes de quase desaparecerem.

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Fósseis catalogados em 2024 mostram que a diversidade desses animais foi moldada por mudanças climáticas e, principalmente, pela chegada dos humanos ao continente.

Com resultado das pesquisas publicadas na revista Science, cientistas traçaram a história evolutiva das preguiças – desde espécies do tamanho de elefantes até as atuais, que vivem em árvores.

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O passado surpreendente das preguiças

Hoje associadas à lentidão, as preguiças já foram um grupo diverso e dominante. “Se voltássemos no tempo, veríamos espécies enormes vagando pelas Américas”, diz o estudo.

Fósseis catalogados na USP mostram que essas criaturas pesavam até quatro toneladas (peso 57 vezes maior que o da espécie mais conhecida que temos hoje). A análise de ossos e carapaças revela adaptações para sobreviver em diferentes ambientes.

O fóssil mais antigo, de 35 mil anos, indica que elas se espalharam por toda a América do Sul. Algumas viviam no chão, outras em árvores, em uma variedade impressionante.

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Por que as preguiças gigantes sumiram?

A extinção em massa desses animais coincide com a chegada dos humanos. “O clima sozinho não explica seu desaparecimento”, afirma Daniel Casali, da USP ao jornal da universidade.

Artefatos pré-históricos com carapaças de preguiça comprovam que hominídeos as caçavam. Enquanto as terrestres foram exterminadas, as arborícolas sobreviveram – mas diminuíram de tamanho.

O estudo aponta que a ação humana acelerou o fim das espécies gigantes. A caça e mudanças no habitat pressionaram esses animais, que já enfrentavam transformações ambientais.

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O que os fósseis revelam sobre evolução

Paleontólogos reconstruíram a árvore evolutiva das preguiças usando fósseis. Osteodermos (carapaças) encontrados em sítios arqueológicos são peças-chave.

Os dados mostram que o tamanho diminuiu conforme elas se adaptaram à vida nas árvores. As menores sobreviveram justamente por serem menos visadas por predadores.

“Foi uma somatória de fatores”, explica Casali. O clima mudou, os humanos chegaram, e as preguiças gigantes não resistiram ao novo cenário.

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Lições para a biodiversidade moderna

A história desses animais mostra como humanos impactam ecossistemas. Sua extinção questiona nosso papel na preservação ou destruição de espécies.

Enquanto no passado eliminamos criaturas gigantes, hoje enfrentamos o desafio de proteger as sobreviventes. As preguiças modernas são herdeiras dessa jornada evolutiva.

O estudo da USP não só revela o passado, mas alerta sobre o futuro. Compreender extinções antigas ajuda a evitar que novos desaparecimentos aconteçam.

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