Espalhados pelo litoral paulista, os sambaquis são verdadeiras cápsulas do tempo. Esses montes de conchas, ossos e artefatos foram construídos há mais de 7 mil anos pelos sambaquieiros, primeiros habitantes da costa brasileira.

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Pesquisas revelam que esses grupos semi-nômades sumiram há 2 mil anos, mas deixaram vestígios fascinantes. Alguns sambaquis chegavam a 30 metros de altura, mostram estudos arqueológicos.

Mais que simples pilhas de conchas, esses sítios funcionavam como cemitérios, moradias e marcos territoriais. Hoje, são peças-chave para entender nosso passado remoto.

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O mistério do desaparecimento

Estudo publicado na Nature em 2023 aponta três causas: mudanças climáticas, recuo do mar e mistura genética. Há DNA sambaqui em indígenas do interior de SP, revela a pesquisa.

A USP mapeou 36 sítios só na Baixada Santista – 10 em Santos, 10 em Cubatão e 6 no Guarujá. No total, o estado tem mais de 200 dessas estruturas milenares.

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O caso extraordinário de Luzio

No Vale do Ribeira, o Sambaqui da Capelinha guardava um tesouro: Luzio, esqueleto de 10,4 mil anos. Ele pertence ao mesmo grupo biológico de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas.

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O DNA revela que os sambaquieiros se dividiram. Enquanto um grupo foi para o litoral, outro seguiu para o interior. Existem 30 sambaquis fluviais contra 200 litorâneos no Brasil.

Por que preservar esses montes?

Eles são a única pista sobre civilizações extintas. Essas pequenas montanhas podem revelar a origem da população latina, destacam arqueólogos. Cada concha conta parte de nossa história esquecida.

Se encontrar montes de terra com camadas de conchas na praia, você pode ter achado um sítio arqueológico. A orientação é não mexer e avisar especialistas.

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Com avanços na genética, os sambaquis prometem novas descobertas. Eles são livros abertos sobre como viviam (e desapareceram) nossos ancestrais costeiros.

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