O estado de Santa Catarina exportou 55,7 mil toneladas de carne suína em janeiro de 2025, um aumento de 2,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informações da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

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As receitas geradas com a exportação de carne suína durante o mês de janeiro foram de US$ 130,7 milhões, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período em 2024. Os resultados são os melhores para o período desde o início da série histórica, em 1997.

Os dados foram divulgados no Boletim Agropecuário da Epagri, que reúne informações sobre as safras e o mercado dos principais produtos agropecuários do Estado.

Segundo o boletim, Santa Catarina foi responsável por 56,1% da quantidade e 56,4% das receitas das exportações de carne suína nacionais no primeiro mês deste ano. Os valores do suíno vivo aumentaram em todos os principais estados produtores nas primeiras semanas de fevereiro e os resultados demonstram uma interrupção na queda registrada nos dois meses anteriores.

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Arroz

Segundo dados do levantamento, em janeiro de 2025, os preços do arroz registraram uma queda de 25% em relação ao ano anterior. Segundo a Epagri, essa diminuição é reflexo do avanço da colheita e da maior oferta do grão. Apesar do aumento nos custos de produção no ano passado, a rentabilidade foi positiva para os produtores. Agora, a tendência de baixa nos preços para 2025 pode diminuir as margens. 

Na exportação, o comércio com o exterior caiu 61% em 2024, enquanto as importações subiram 19,56%. A safra 2024/25 foi finalizada com 145 mil hectares plantados e deve representar um crescimento de 9,52% na produção.

Feijão

O ano de 2025 já começou com uma queda nos preços recebidos pelos produtores de feijão, resultado da grande oferta do grão:

  • No mês de janeiro, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca teve variação negativa de 12,21%.
  • Para o feijão-preto, o preço médio recebido pelos produtores também reduziu 19,76%.

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Até o final da primeira quinzena de janeiro, cerca de 61% das áreas destinadas ao cultivo do grão da 1ª safra já haviam sido colhidos. Em lavouras que estão a campo, 67% da área encontram-se em maturação; 16% em floração e 18% em desenvolvimento vegetativo.

Em janeiro, 82% da área destinada para a segunda safra 2024/25, já havia sido semeada e em lavouras já implantadas, a germinação e o desenvolvimento vegetativo predominam.

A expectativa é que o Estado cultive cerca de 66 mil hectares de feijão na safra 2024/25, um aumento de 5% em comparação com a safra passada. A produtividade deve aumentar em 3% e a produção está prevista para chegar a 122 mil toneladas, incremento de 8,3% em relação à safra passada. 

Trigo

Os preços do trigo no início de 2025 estão estáveis. No último mês de janeiro, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de trigo registrou elevação de 0,32%. Na variação anual, a alta foi de 2,80%.

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Os preços estão relacionados à baixa disponibilidade de trigo para comercialização, por causa da realização de vendas pontuais de produtores e cooperativas e muitos moinhos estão preferindo comprar trigo importado. Só no mês de dezembro o país importou cerca de 591 mil toneladas, 31,6% a mais do que no mesmo período em 2023.

Com a safra encerrada, foram cultivados 123 mil hectares nesta temporada, uma diminuição de 10% em relação à safra passada. A produção estadual cresceu 38% e chegou a 426 mil toneladas. Nessa safra, a produtividade média estadual atingiu 3.452kg/ha, um crescimento de 54%, contra os 2.237kg/ha, obtidos na safra 2023.

Milho

A área de cultivo para a primeira safra diminuiu 11,5% em comparação com a anterior. Os altos custos de produção, a insegurança a possíveis ataques de cigarrinha e os baixos preços praticados em 2024 foram alguns dos fatores que contribuíram para essa redução.

Apesar da diminuição da área de cultivo, é esperado um aumento na produção do estado em razão da expectativa criada pelo aumento da produtividade média, de aproximadamente 32% na safra atual, que alcançou 9.000kg/ha.

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Com relação ao mercado, em janeiro de 2025 a cotação média estadual obteve uma pequena queda nos preços e há uma expectativa de preços melhores para os produtores em 2025.

Soja

Os levantamentos realizados pela Epagri/CEPAN apontaram um aumento de 2,6% da área plantada, alcançando 772,5 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deve crescer em 9,36%, chegando a 3.771kg/ha. Como resultado, espera-se um aumento de 12,2% na produção e no volume colhido, de aproximadamente 2,91 milhões de toneladas de soja durante a 1ª safra.

Entretanto, as fortes chuvas de janeiro e início de fevereiro podem afetar as lavouras, principalmente aquelas em fase de florescimento e enchimento de grãos. 

As estimativas serão atualizadas no próximo relatório e podem diminuir, dependendo das condições climáticas e da fase de desenvolvimento das lavouras em cada região. Os preços da soja ao produtor apresentam queda desde novembro de 2024. Em janeiro deste ano, a queda foi de 2,7% em relação a dezembro do ano passado.

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Em fevereiro, os preços tendem a continuar caindo nos primeiros 10 dias, devido a expectativa de boa produção no Brasil nesta safra, um dos fatores relevantes na formação dos preços no início do ano.

Alho

Em janeiro, o preço do alho ao produtor teve redução de 5,7% em relação ao mês de dezembro. No início de fevereiro, a cotação cresceu em 9,09% em relação a janeiro, chegando a R$18,00/kg. Por outro lado, nos preços de atacado houve uma redução: o alho classes 4-5 foi comercializado por R$21,20/kg, uma redução de 4,5% em relação a dezembro.

O mês de fevereiro iniciou com uma redução de preços de 13,2% em relação a janeiro.

A safra 2024/25 já foi 98% colhida. A condição da lavoura é considerada 95% como boa e 5% média. Em janeiro a importação foi de 15,31 mil toneladas.

Cebola

A grande oferta de cebola no mercado nacional afeta fortemente as cotações da hortaliça. O preço médio da cebola ao produtor catarinense em janeiro foi de R$ 21,46 para cada 20 kg. O mês de fevereiro iniciou com uma redução com valores passando a ser R$ 18,46/kg, abaixo do custo médio de produção que é estimado em R$1,68/kg em Santa Catarina.

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A estimativa de produção para a safra é de 556 mil toneladas. Em Santa Catarina, a colheita da safra da cebola está chegando ao fim, com 96% da área plantada já colhida. As importações foram de apenas 307 toneladas, muito abaixo da média histórica para o mês.

Bovinos

Nas primeiras semanas de fevereiro, os preços do boi em Santa Catarina mantiveram-se relativamente estáveis em relação ao mês anterior, com variação de apenas 0,4% no período. A tendência já havia sido observada em janeiro, quando o preço subiu 1,2%. Dessa forma, é observado uma desaceleração no movimento de alta observado no último trimestre de 2024, quando o preço do boi chegou a crescer cerca de 25% no estado.  

Os preços de atacado da carne bovina apresentaram uma oscilação negativa nas primeiras semanas de fevereiro, com uma diminuição de 0,2% em relação ao mês anterior.

Frangos

Santa Catarina exportou 94,3 mil toneladas de carne de frango em janeiro deste ano, uma queda de 5,8% em relação aos embarques do mês anterior, mas um crescimento de 3,9% em comparação com janeiro de 2024. As receitas atingiram US$ 183,9 milhões, uma queda de 8,1% em relação às do mês anterior, mas um crescimento de 10,3% em comparação com os números desse período em 2024. 

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O resultado financeiro do último mês foi o segundo melhor da série histórica para o mês de janeiro, ficando atrás apenas de janeiro de 2023. Em comparação nacional, Santa Catarina foi responsável por 21,9% da quantidade e 22,7% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango em 2025.

Leite

No ano passado, a produção nacional de leite inspecionado alcançou 25,155 bilhões de litros, a segunda maior produção de toda a série histórica. Santa Catarina foi responsável por 13% do total nacional. O somatório da produção inspecionada com o leite importado totalizou 2,3 bilhões de litros e resultou em um aumento de 2,4% na oferta total de leite, quando comparado com 2023. As importações representaram 8,3% da oferta total.

O preço aos produtores em janeiro/fevereiro de 2025 foram bem superiores aos dos mesmos meses do ano anterior. A tendência é que os preços se elevem nos próximos meses por causa da redução da oferta e aumento da concorrência pelo leite.

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