Pelo terceiro ano seguido, Santa Catarina registrou 32 feminicídios no primeiro semestre de 2024. Além disso, o Estado tem 17.917 medidas protetivas requeridas entre os meses de janeiro e julho. Os dados são do Observatório da Violência contra a Mulher de Santa Catarina (OVM-SC).
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O último ano com número de feminicídios abaixo do registrado neste ano foi em 2021, quando Santa Catarina teve 23 casos em seis meses. Nos anos seguintes, os seis primeiros meses registraram 32 mulheres assassinadas.
Somente em 2024, 32 mulheres foram mortas em SC
De acordo com o OVM-SC, a maioria dos casos aconteceram no mês de março, quando foram registrados 10 feminicídios. A maior parte das vítimas eram esposas do autor do crime, tinham entre 40 e 44 anos e nunca tinham feito boletim de ocorrência contra eles. O Vale do Itajaí, com 10 casos, é a região com mais mulheres mortas em Santa Catarina neste período.
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Já sobre os criminosos, a maioria tem entre 30 e 34 anos. Ao todo, 74% não tinha histórico de violência doméstica, sendo que 50% utilizou alguma arma branca para cometer o crime. Entre eles, 68% continua preso.
Anualmente, os números seguem um mesmo nível deste tipo de crime no estado catarinense. Em 2021, foram 55 feminicídios, enquanto que em 2022 e 2023 foram 57 vítimas mortas. No ano passado, ao todo foram 28.167 pedidos de medidas protetivas requeridas em Santa Catarina.
SSP-SC destaca ações para combater violência contra a mulher
Procurada pela reportagem do NSC Total, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina (SSP-SC), por meio de nota, diz que criou ações para fortalecer e ampliar a rede de prevenção e proteção em combate aos crimes contra a mulher.
Entre elas, estão os trabalhos integrados das polícias Militar, Civil, Científica e Corpo de Bombeiros Militar. Em agosto, a pasta destaca que está em andamento a Operação Shamar, de prevenção e combate à violência doméstica e familiar e aos feminicídios.
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Além disso, a SSP-SC ressalta a implementação de 34 Salas Lilás, da Polícia Civil. Os espaços são destinados ao atendimento de vítimas de violência. Conforme a Secretaria, os espaços garantem o atendimento individualizado, evitando que a mulher fique exposta na delegacia.
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Outra iniciativa é o programa “A Mulher Tem Voz”, da Polícia Civil, que prevê ações de proteção e orientação em espaços de entretenimento como treinamento dos funcionários para acolher e buscar ajuda em casos de violência contra a mulher.
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