Entre todos os estados do Brasil, Santa Catarina se destaca como o que possui o maior número de municípios com ações voltadas aos imigrantes. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2024, 27 cidades possuem parceria com o governo estadual ou federal para o desenvolvimento de políticas públicas. Nove ainda têm cooperação com organismos internacionais para tratar do assunto.
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Como cidades de SC se destacam
De acordo com o estudo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 29 municípios desenvolvem ações voltadas aos imigrantes, solicitantes de reconhecimento da condição de refugiados e apátridas (sem pátria).
Além disso, 35 cidades realizam práticas organizadas por instituições da sociedade civil para atendimento a migrantes e refugiados. Já nove possuem política institucionalizada ou legislação migratória própria, e 14 municípios contam com associações de imigrantes que mantêm relação direta com as prefeituras, fortalecendo o diálogo e a participação social da população.
Veja as cidades que mais receberam estrangeiros nos últimos 10 anos
Educação aos imigrantes
Ainda segundo a pesquisa, o Estado catarinense é o que mais oferece cursos de português voltados para imigrantes. São 25 municípios de Santa Catarina que ofertam essa formação, que, de acordo com o IBGE, é essencial para a integração linguística e social.
Outro dado do estudo ainda mostra que nove municípios oferecem atendimento multilíngue nos serviços
públicos, facilitando o acesso à informação e aos direitos por parte dos imigrantes. Também, nove
cidades mantêm abrigos para acolhimento, e nove contam com Centros de Referência e Apoio a Imigrantes.
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Já 20 municípios realizam formação continuada interdisciplinar para o atendimento aos imigrantes, voltada a profissionais das áreas de saúde, assistência social, segurança pública, comunicação, educação, trabalho, regularização migratória, direitos humanos, habitação, entre outras.
Como estudo foi realizado
De acordo com a pesquisa, a partir do final dos anos 2000 o Brasil passou a se destacar como destino de migração, impulsionada por acordos regionais e crises em outros países, como Haiti, Síria e Venezuela.
Esses fluxos trouxeram migrantes com perfis distintos dos tradicionais, geralmente com escolaridade média, vulnerabilidade social e econômica, e dificuldades linguísticas, de acordo com o IBGE.
Por isso, a edição atual da Munic buscou identificar se os municípios brasileiros possuem
ferramentas de gestão migratória, para garantir acolhimento, integração e respeito aos direitos humanos desses grupos.
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Em Santa Catarina, 294 municípios participaram da pesquisa — apenas um não respondeu ao
questionário.
Veja lista de quais cidades de SC têm ações para imigrantes
- Atalanta: União;
- Balneário Camboriú: União;
- Biguaçu: União e Estado;
- Chapecó: União;
- Coronel Freitas: União;
- Dionísio Cerqueira: Estado;
- Guaramirim: União e Estado;
- Guatambu: União;
- Ipira: Estado;
- Ipumirim: União;
- Irani: Estado;
- Irineópolis: União e Estado;
- Itá: União e Estado;
- Itajaí: Estado;
- Itapiranga: Estado;
- Jaborá: União e Estado;
- Joinville: União e Estado;
- Lebon Régis: Estado;
- Lindóia do Sul: Estado;
- Luzerna: Estado;
- Penha: Estado;
- São Cristóvão do Sul: Estado;
- São Lourenço do Oeste: Estado;
- São Miguel do Oeste: União e Estado;
- Seara: Estado;
- Xanxerê: União e Estado;
- Zortéa: Estado.
Municípios com parcerias internacionais
- Balneário Camboriú;
- Florianópolis;
- Guaramirim;
- Irani;
- Itajaí;
- Itapiranga;
- Joinville;
- Rio do Sul;
- São Miguel do Oeste.
Cidade de SC com mais imigrantes
Chapecó foi a cidade catarinense que mais recebeu estrangeiros nos últimos dez anos, foram 10.855. Isso representa 4,26% da população atual da cidade que tem 254.785 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE.
Os países de onde os imigrantes saíram e, depois, fizeram moradia em Chapecó são Venezuela (5.094), Haiti (1.647) e Paraguai (84).
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Depois de Chapecó, os municípios que mais ganharam moradores estrangeiros foram Florianópolis e Joinville, com 8.253 e 6.851 respectivamente. A capital catarinense recebeu mais venezuelanos, argentinos e dominicanos. Já a maior cidade do estado ganhou moradores vindos da Venezuela, Haiti e Estados Unidos.









