Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, é a sobrinha de Paulo Roberto Braga, o Tio Paulo. Ela ficou nacionalmente conhecida por levá-lo em uma cadeira de rodas ao banco e tentar realizar um empréstimo de R$ 17 mil reais com ele já morto. Na última quinta-feira (2), ela deixou a cadeia depois de duas semanas presa.
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Em entrevista ao Fantástico, Erika falou pela primeira vez sobre o caso:
— Foram dias horríveis longe da minha família. Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível eu não percebi que meu tio estava morto. […] Eu não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro.
A sobrinha também diz que a relação com o tio era ótima:
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— Ele era independente, fazia o que queria. Ele tinha uma mente boa. Não era cadeirante e eu não era cuidadora dele.
Perguntada se não achou que Paulo Roberto estava fraco demais para sair de casa, ela respondeu que o próprio tio a pediu pra ir ao banco e que tudo correu bem no carro até chegar ao local. Erika descreve o diálogo que teve com o tio antes de entrarem na agência. Segundo ela, ainda na rua, ela perguntou se ele ficaria mais confortável caso apoiasse a cabeça dele, e o tio confirmou.
Sobre o que aconteceu enquanto os dois estavam no banco, Erika diz não se lembrar de muita coisa devido ao uso de remédios controlados que toma com regularidade.
— Como eu faço tratamento, eu tomava zolpidem, às vezes tomava mais do que um. [O esquecimento] não sei se foi efeito do remédio que eu tinha tomado naquele dia — afirma.
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Antes de ir ao banco, Tio Paulo ficou internado por uma semana em uma unidade de saúde estadual. De acordo com Erika, ela não recebeu nenhuma orientação dos médicos após a alta.
— Me deram uma receita de um remédio de cinco dias, eu comprei o remédio e a fralda. Eu pensei que ele ia ter uma melhora, que era só uma pneumonia — conta.
Investigações sobre o caso
Nesta semana, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Erika e afirmou que ela agiu de forma consciente, voluntária e demonstrou total desprezo e desrespeito por Paulo Roberto.
A juíza Luciana Mocco aceitou a denúncia do MP e Erika virou ré por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, ou seja, o ato de menosprezar a pessoa morta.
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A magistrada revogou a prisão preventiva, alegando que Erika é ré primária, tem residência fixa e que não representa risco para a ordem pública em liberdade. A juíza relatou também que ela é portadora de saúde mental debilitada e precisa cuidar da filha menor de idade, que tem necessidades especiais.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu outro inquérito e investiga se ela cometeu homicídio culposo — quando não há a intenção de matar.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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